Automodelismo III – Estilo: On-Road

Publicado: 25/04/2013 em Automodelismo, Todo o blog

Salve, amigos modelistas! Este é o primeiro post feito com a nova cara do HVRC. E para começar, nada melhor do que um novo artigo da série sobre Automodelismo. Começaremos aqui a falar dos estilos de automodelos, e o primeiro é o automodelismo on-road.


Modelo on-road

Modelo on-road

Como o nome já diz, nesse estilo os automodelos são preparados como um carro de rua que estamos acostumados a ver por aí, ou em casos extremos, como carros de corrida (leia-se corrida em asfalto, em circuitos feitos especialmente para isso). As principais características desse estilo são a alta velocidade, o maior controle do modelo e o baixo centro de gravidade. Automodelos on-road podem alcançar até a incrível marca de 100 milhas por hora (aproximadamente 160 Km/h), situação na qual o acerto milimétrico da suspensão pode ser a diferença entre ainda ter o brinquedo ou juntar os pedacinhos dele pela rua.

Atualmente, existem 2 principais tipos de modalidades no automodelismo on-road: Grip e Drift. Grip é a corrida normal, onde os carros tangenciam as curvas, aceleram ao máximo nas retas e a posição de chegada é o principal fator das provas. Os carros são acertados de forma que tenham o mínimo possível de body roll, a melhor resposta na aceleração e os melhores resultados em tempo e velocidade na pista. Exatamente como uma corrida normal.

Competições dessa modalidade existem em todo o mundo, e as pistas são minuciosamente tratadas para serem a melhor aderência que se pode desejar. Um exemplo de pista bem conservada é a pista administrada pela Nor Cal Hobbys & Raceway, localizada em Union City, Califórnia, nos EUA. O nosso amigo Jang, do canal UltimateRC, usa bastante esta pista para fazer os reviews dos produtos que ele mostra nos seus vídeos. Os ajustes mecânicos necessários envolvem o acerto da suspensão, mais baixa e mais firme, o TOE, o camber, a relação coroa-pinhão do motor e o tipo de óleo usado no diferencial.

Pista onroad norcal hobby

Pista on-road da Nor Cal Hobbyes and Raceway

O exemplo mais em voga de carro on-road para Grip é o Traxxas XO-1. O modelo escala 1/7 é o modelo RTR mais rápido do mundo, podendo alcançar mais de 100 milhas por hora (160 Km/h). O conjunto RTR inclui um combo com ESC Castle Creations Mamba Monster Extreme, um motor brushless Big Block, feito em parceria entre a própria Traxxas e a Castle, chassi em alumínio, entre outros componentes especialmente criados para fazer o carro voar baixo.

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Traxxas XO-1

Já nos carros de Drift, a coisa muda um pouco de figura. Os circuitos são menores, com pouca ou nenhuma reta, o piso é liso e menos abrasivo do que o de Grip, e o objetivo não é a melhor colocação, e sim a melhor pontuação. Não há regras uniformes para campeonatos, cada evento tem seu próprio regulamento. Entretanto, a maioria compartilha alguns pontos, como pontuação por ângulo, pontuação por velocidade, perda de pontos por choques e por não seguir o traçado ideal indicado, além se especificações sobre os tipos de pneus e motores. Um exemplo é o regulamento usando pelo pessoal do DubDrift, de Dubai.

drift2

O Drift básico

O ajuste dos modelos de Drift são igualmente diferentes dos modelos Grip: o ajuste de camber e toe são mais acentuados, os pneus são lisos (muitas vezes são usados eletrodutos de PVC para confeccionar pneus, apesar de lojas especializadas terem pneus específicos para drift), o motor não precisa ter tanta velocidade final, e sim mais torque (por isso alguns praticantes preferem os motores brushed para Drift) e os diferenciais são blocados, para que o modelo saia de traseira mais facilmente e o drift fique mais consistente.

Os modelos preferidos são o Sakura D3 e o Sakura S Zero, ambos com sistema de tração por correia, e o Yokomo DPM e o HPI Pro-D, com eixo cardã. A preferência por correia ou cardã varia de piloto para piloto. A diferença entre um e outro é mínima, sendo que o cardã transmite imediatamente o torque para as rodas, e a correia tem uma certa elasticidade que retarda em alguns milisegundos o tracionamento.Em compensação, o cardã sofre mais desgaste entre o copo e o dogbone, podendo chegar a escapar.

Detalhe do eixo cardã de alumínio

Detalhe do eixo cardã de alumínio

Detalhe da correia de transmissão

Detalhe da correia de transmissão

Outra diferença especialmente importante entre o Grip e o Drift é a existência de modificações específicas para o Drift, que consistem no sistema D Box e no sistema Countersteer. O primeiro é semelhante a um giroscópio, que detecta quando o modelo está deslizando de lado, e automaticamente contra-esterça para tentar “endireitar” o carro na curva. O CS é um pouco mais complexo, e consiste em alterar polias para que as rodas dianteiras girem menos que as traseiras, obrigando o carro a andar de lado. A configuração do CS pode variar, de forma que as rodas traseiras deem duas, três ou quatro voltas enquanto as dianteiras dão apenas uma.

Esquema de ajuste do countersteer

Esquema de ajuste do countersteer

d-box

Sistema D Box

Bom… por hoje é isso. Espero que estejam gostando dessa série sobre o meu hobby. Na próxima matéria, vamos ver o automodelismo na lama, na terra, nas pistas com saltos e no cascalho: é a vez dos off-roads!

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