Salve, amigos modelistas! Este é o primeiro post feito com a nova cara do HVRC. E para começar, nada melhor do que um novo artigo da série sobre Automodelismo. Começaremos aqui a falar dos estilos de automodelos, e o primeiro é o automodelismo on-road.
Como o nome já diz, nesse estilo os automodelos são preparados como um carro de rua que estamos acostumados a ver por aí, ou em casos extremos, como carros de corrida (leia-se corrida em asfalto, em circuitos feitos especialmente para isso). As principais características desse estilo são a alta velocidade, o maior controle do modelo e o baixo centro de gravidade. Automodelos on-road podem alcançar até a incrível marca de 100 milhas por hora (aproximadamente 160 Km/h), situação na qual o acerto milimétrico da suspensão pode ser a diferença entre ainda ter o brinquedo ou juntar os pedacinhos dele pela rua.
Atualmente, existem 2 principais tipos de modalidades no automodelismo on-road: Grip e Drift. Grip é a corrida normal, onde os carros tangenciam as curvas, aceleram ao máximo nas retas e a posição de chegada é o principal fator das provas. Os carros são acertados de forma que tenham o mínimo possível de body roll, a melhor resposta na aceleração e os melhores resultados em tempo e velocidade na pista. Exatamente como uma corrida normal.
Competições dessa modalidade existem em todo o mundo, e as pistas são minuciosamente tratadas para serem a melhor aderência que se pode desejar. Um exemplo de pista bem conservada é a pista administrada pela Nor Cal Hobbys & Raceway, localizada em Union City, Califórnia, nos EUA. O nosso amigo Jang, do canal UltimateRC, usa bastante esta pista para fazer os reviews dos produtos que ele mostra nos seus vídeos. Os ajustes mecânicos necessários envolvem o acerto da suspensão, mais baixa e mais firme, o TOE, o camber, a relação coroa-pinhão do motor e o tipo de óleo usado no diferencial.
O exemplo mais em voga de carro on-road para Grip é o Traxxas XO-1. O modelo escala 1/7 é o modelo RTR mais rápido do mundo, podendo alcançar mais de 100 milhas por hora (160 Km/h). O conjunto RTR inclui um combo com ESC Castle Creations Mamba Monster Extreme, um motor brushless Big Block, feito em parceria entre a própria Traxxas e a Castle, chassi em alumínio, entre outros componentes especialmente criados para fazer o carro voar baixo.
Já nos carros de Drift, a coisa muda um pouco de figura. Os circuitos são menores, com pouca ou nenhuma reta, o piso é liso e menos abrasivo do que o de Grip, e o objetivo não é a melhor colocação, e sim a melhor pontuação. Não há regras uniformes para campeonatos, cada evento tem seu próprio regulamento. Entretanto, a maioria compartilha alguns pontos, como pontuação por ângulo, pontuação por velocidade, perda de pontos por choques e por não seguir o traçado ideal indicado, além se especificações sobre os tipos de pneus e motores. Um exemplo é o regulamento usando pelo pessoal do DubDrift, de Dubai.
O ajuste dos modelos de Drift são igualmente diferentes dos modelos Grip: o ajuste de camber e toe são mais acentuados, os pneus são lisos (muitas vezes são usados eletrodutos de PVC para confeccionar pneus, apesar de lojas especializadas terem pneus específicos para drift), o motor não precisa ter tanta velocidade final, e sim mais torque (por isso alguns praticantes preferem os motores brushed para Drift) e os diferenciais são blocados, para que o modelo saia de traseira mais facilmente e o drift fique mais consistente.
Os modelos preferidos são o Sakura D3 e o Sakura S Zero, ambos com sistema de tração por correia, e o Yokomo DPM e o HPI Pro-D, com eixo cardã. A preferência por correia ou cardã varia de piloto para piloto. A diferença entre um e outro é mínima, sendo que o cardã transmite imediatamente o torque para as rodas, e a correia tem uma certa elasticidade que retarda em alguns milisegundos o tracionamento.Em compensação, o cardã sofre mais desgaste entre o copo e o dogbone, podendo chegar a escapar.
Outra diferença especialmente importante entre o Grip e o Drift é a existência de modificações específicas para o Drift, que consistem no sistema D Box e no sistema Countersteer. O primeiro é semelhante a um giroscópio, que detecta quando o modelo está deslizando de lado, e automaticamente contra-esterça para tentar “endireitar” o carro na curva. O CS é um pouco mais complexo, e consiste em alterar polias para que as rodas dianteiras girem menos que as traseiras, obrigando o carro a andar de lado. A configuração do CS pode variar, de forma que as rodas traseiras deem duas, três ou quatro voltas enquanto as dianteiras dão apenas uma.
Bom… por hoje é isso. Espero que estejam gostando dessa série sobre o meu hobby. Na próxima matéria, vamos ver o automodelismo na lama, na terra, nas pistas com saltos e no cascalho: é a vez dos off-roads!