Arquivo da categoria ‘Aeromodelismo’

Salve, amigos modelistas!

Vamos iniciar mais uma pequena série, agora de utilidade pública. Temos vários modelistas que iniciaram comprando um modelo usado de algum conhecido, ou em algum forum mesmo (meu caso). Mas quando a gente começa a gostar da brincadeira, aparece a necessidade de peças de reposição, upgrades, ou mesmo modelos novos. E é aí que a cabeça começa a ferver. E aparece aquela dúvida maldita: onde comprar?

Pois bem, vou iniciar esse post com o local onde iniciei minha jornada no mundo do modelismo. Foi nessa loja que eu comprei um helicóptero 3.5 ch com gyro (uma experiência frustrante) e o meu primeiro modelo, um Himoto Mastadon 1/18. A primeira compra foi no local, e a segunda compra foi uma encomenda.

Espera um pouco, esqueci de mencionar que loja é essa! É a Gaba Hobby, localizada em Ciudad Del Este (PY), no primeiro shopping à esquerda de quem passa pela alfândega. Foi muito fácil encontrar esta loja, fica no primeiro andar do shoping, é a penúltima loja do corredor. Eu me interessei por uma loja ao lado, com artigos de softball e paintball, e quando vi a vitrine da Gabba, na hora entrei e comecei a perguntar os preços.

A Gaba é uma loja de médio porte (comparando com lojas de modelismo que vemos por aí na internet). Tem um bom estoque dos mais variados tipos de modelismo, mas não se engane: não é lá que você vai achar os modelos mais avançados ou sonhos de consumo. A especialidade da loja são modelos genéricos, fabricados por empresas que usam chassis de outras marcas (os famosos genéricos). Até se encontram Tamiyas e Traxxas, mas não é uma gama tão grande.

Vamos avaliar 4 quesitos das lojas: Primeiro, se possui e como é a loja física; Segundo, se possui e como é o site para pesquisa ; Terceiro, se vendem pelo correio e quais são as formas de pagamento/envio; Quarto, que variedades de modelos possuem, e como é a parte de peças de reposição.

No primeiro quesito, a Gaba possui sim loja física. Como mencionado, fica em Ciudad Del Este, grande centro de compras na fronteira com o Paraguai, Vizinha da cidade turística Foz do Iguaçú, no oeste do Paraná. Se você mora na região sul, provavelmente conhece alguma empresa de turismo que faz viagens para visitação às cataratas e compras no Paraguai. A loja é bem organizada, ao contrário das demais lojas de Ciudad Del Este. O atendimento é bastante impessoal, e os vendedores parecem conhecer o básico de modelismo (inclusive testam os modelos para você antes de concretizar a venda).

Sobre ter um site de pesquisa de produtos, a resposta é sim. Mas o site não é atualizado tão frequentemente, e a disponibilidade de produtos não condiz 100% com a realidade. Alguns que constam como “Em estoque” não estão disponíveis, assim como outros que constam como “Em falta” estão de fato lá. A navegação é razoavelmente fácil, mas a descrição dos produtos não é padronizada, tornando difícil a identificação dos modelos que se está observando.

Infelizmente, a Gaba não realiza vendas online. Isso torna a Gaba uma opção apenas para quem vai até o Paraguai. Na sessão “como comprar” do próprio site, eles explicam como pode ser realizada a compra. É possível, inclusive, pedir orçamentos e fazer pedidos por telefone ou fax, através do Departamento Comercial da loja. Eles aceitam pagamentos em reais e dólares, inclusive com cartões de crédito internacionais, mas não trabalham com cheques. Outro inconveniente para nós, brasileiros, é que o pagamento só pode ser feito à vista (não especificam se o parcelamento no cartão é possível, mas deve ser).

Por último, a variedade de modelos é razoável, como já disse ainda. Artigos das mais variadas formas de modelismo são encontrados por lá, mas como eu disse, apenas algumas marcas. Por exemplo, é fácil encontrar a maioria dos modelos Himoto, mas os Axial, ao contrário, não aparecem no site. Eles têm uma sessão específica de peças de reposição por tipo de modelo, além de peças diversas e ferramentas de campo e de oficina. Mas encontrar a peça certa para o seu modelo pode ser um exercício de paciência.

Enfim, uma loja para quem está começando, vai ao Paraguai e quer um modelo genérico com um custo razoavelmente justo. A nota geral da minha avaliação, baseada nas experiências que eu tive, nos prós e nos contras, é um sonoro 6,0

Logo vou colocar mais avaliações de outras lojas, mesmo que eu não tenha comprado delas. Vou usar as opiniões que coletei no Forum do RC Elétrico, e em outros locais pela net. Aguardem!

3d image, conceptual battery, charging, low, fullSalve, amigos modelistas!

Nesse post vamos entrar num assunto “xocante”… Ok, o trocadilho foi péssimo, mas o assunto é importante e conhecer esta matéria é essencial para os modelistas dedicados a RC’s elétricos: as baterias.

Como o próprio nome já diz, os automodelos elétricos são alimentados por baterias de diferentes composições e especificações. Os 3 tipos mais comuns de bateria utilizadas no modelismo elétrico são a NiCd (Níquel-Cádmio), a NiMH (Níquel-hidreto metálico) e LiPO (Polímero de Lítio). As baterias NiCd têm a concepção mais antiga das três, enquanto a mais atual é a de LiPO. Vamos tratar sobre cada uma delas individualmente.

Minério de níquel

Minério de níquel

As baterias NiCd, ou Niquel-Cádmio substituiu as baterias chamadas de “acumuladoras de chumbo”, o primeiro tipo de bateria recarregável da história. Formada pelos dois compostos (níquel no pólo positivo e cádmio no polo negativo), estas baterias Estão quase desaparecendo do mercado; Ainda  que melhores do que as acumuladoras de chumbo, as baterias NiCd têm alguns inconvenientes que fazem dela um modelo extremamente ultrapassado:

– Efeito memória: os resíduos de carga da pilha induzem os carregadores a considerar que uma parte descarregada d abateria já está carregada, fazendo com que a capacidade total de carga da bateria seja menor a cada recarga;

– Menor capacidade: Com o mesmo peso e dimensões, uma bateria NiCd não armazena tanta energia quanto uma NiMH ou uma LiPO;

– Alto índice de toxicidade: O cádmio é um material extremamente tóxico, e baterias descartadas de forma imprópria podem contaminar o meio ambiente.

Bateria de Níquel-cádmio

Bateria de Níquel-cádmio

Cádmio, altamente tóxico

Cádmio, altamente tóxico

Já as baterias de NiMH, ou Níquel-hidreto metálico solucionam parcialmente esses inconvenientes. O cádmio do pólo negativo das NiCd é substituído por um outro componente, o hidreto metálico. Além de ser benigno ao meio ambiente, o hidreto metálico tem uma densidade energética maior do que o cádmio, resolvendo dois dos problemas das baterias NiCd. Entretanto, o reinado das baterias NiMH não foi eterno, e uma substituta foi apresentada nos últimos tempos.

Bateria de níquel-hidreto metálico

Bateria de níquel-hidreto metálico

As baterias de Polímero de Lítio (ou LiPO) são o atual estágio da evolução de acumuladores de energia recarregáveis. A denominação correta dessas baterias é Li-ion, ou “polímero de ions de lítio”, apesar de algumas pessoas considerarem esse como outro tipo de bateria. As LiPOs são mais leves, menores, têm maior capacidade de carga do que qualquer dos outros tipos de baterias citadas, e não são afetadas pelo efeito memória. Além disso, podem ser montadas de forma a gerar uma voltagem maior, com pouca variação de peso em relação às mais antigas. Cada célula de uma LiPO tem 3,7 Volts de corrente. Uma bateria com duas células (2S) tem, no total, 7,4 Volts, uma de 3 células (3S), 11,1 Volts, e assim por diante. Outra diferença é o formato das células: enquanto as NiCd e as NiMH têm células cilíndricas, uma LiPO tem células achatadas. Infelizmente, nem tudo são flores com relação às LiPOs. Se manuseadas, carregadas ou armazenadas de forma imprópria, podem aquecer, inchar e até mesmo explodir. Há vários vídeos no YouTube mostrando explosões de LiPOs, e inclusive lojas que vendem, além das baterias, sacos especiais de material não inflamável para armazenamento e carga das baterias.

Bateria LiPO

Bateria LiPO

Minério de Lítio

Minério de Lítio

Além dessas características, as LiPOs têm outras classificações: Amperagem (capacidade total de carga, medida em miliampéres, ou mAh), taxa de descarga (quantidade de carga liberada por hora, medida em “C”, sendo 1C = capacidade de carga total da bateria, em miliampéres) e “casing” (material que envolve as células). A capacidade varia muito, sendo as mais difundidas entre 2.000 mAh e 6.000 mAh. A taxa de descarga nas baterias mais simples é, normalmente, de 20C (20x a capacidade máxima, em mAh, por hora), mas em baterias usadas para competição pode chegar a 60C, 80C ou até mais. O casing pode ser tradicional (softcase, apenas um plástico fino e maleável segurando as células juntas) ou reforçado (hardcase, uma peça de plástico mais firme e mais espesso, que previne – até certo ponto – o inchaço e ameniza impactos). Estes fatores influenciam diretamente no valor a ser pago pela bateria, o que ainda é um ponto negativo por se tratar de uma tecnologia recente no mercado.

Uma LiPO se rebela contra o seu dono...

Uma LiPO se rebela contra o seu dono…

Agora tudo o que você tem a fazer é escolher o tipo de bateria que melhor atende às suas necessidades. Obviamente, a questão do custo deve ser levada em conta, eis que as NiCd são consideravelmente mais baratas do que as NiMH, que são ligeiramente mais baratas do que as LiPO.

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

Ainda há um importante ponto a se comentar sobre as LiPOs: o cuidado. As baterias vendidas comercialmente para a prática de algum hobby devem ser mantidas em locais com temperatura amena, dependendo do intervalo de uso precisam de uma carga específica, não devem ser perfuradas ou submetidas a impactos fortes ou pressão, não devem exceder a carga máxima suportada e principalmente, não devem ser descarregadas abaixo de 3 Volts por célula.

"Pilhas de pilhas"...

“Pilhas de pilhas”…

E é isso, pessoal. Espero ter sanado as dúvidas de alguém, pois acompanhando forums vejo muitas pessoas pedindo informações sobre o funcionamento das baterias, se elas servem prá tal e tal modelo… E tentei resumir o máximo de informações possível sobre esse assunto. E esperem mais matérias informativas, aqui no High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas! Após um tempo sem postar nada, trago novidades a vocês!

A partir desse post, vou começar a colocar avaliações de marcas de RCs para vocês. Essas avaliações vão levar em conta principalmente pesquisas que fiz ao longo do tempo, a impressão que os donos de modelos dessas marcas passam aos outros modelistas, e em alguns casos, a minha opinião, desde que eu já tenha experimentado algum modelo da marca em questão.

Turnigy

Logotipo da marca

A bola da vez no primeiro post desse tipo é a Turnigy, uma empresa que faz modelos de entrada, com alguns anos de mercado e um representante muito forte: a loja digital Hobby King. a HK é a principal fornecedora de kits, peças, acessórios e modelos RTR em geral, e tem na Turnigy o seu principal nicho de mercado. As compras feitas pela internet facilitam a vida de alguns compradores, desde que se tenha um cartão de crédito internacional, ou que se possa usar o PayPal.

HobbyKing, distribuidor oficial exclusivo da marca

HobbyKing, distribuidor oficial exclusivo da marca

A Turnigy é uma marca bem difundida no mercado de RCs, trabalhando com uma gama interessante de produtos. Ela oferece desde modelos RTR até peças de reposição, passando por kits, upgrades, baterias e ferramentas. O preço é o principal atrativo da marca, chegando a custar, em certos casos, a metade do preço de marcas maiores, como Traxxas, Team LoSi, Ofna e outras. Claro, a qualidade não é a mesma, ou os outros fabricantes teriam preços tão baratos quanto ela, ou ela seria tão cara quanto as outras.

A Turnigy tem o seu carro chefe nos modelos Kit e RTR, estando presente no mercado de On-Road (grip e drift) e Off-Road (Short Course, Buggy, Truggy e Monster). Alguns modelos disponíveis na HK são os Short Course Trucks SCT (2WD e 4WD) e Trooper, nas escalas 1/10 e 1/16, os Mini Rallys 1/16 e os On-Road DT10 1/10 (grip).

SCT 2WD

SCT 2WD

SCT 4WD

SCT 4WD

Trooper

Trooper

Mini Rally Extreme 1/16 Brushless

Mini Rally Extreme 1/16 Brushless

DT10 Belt Driven Touring Car Kit

DT10 Belt Driven Touring Car Kit

Na linha de peças, são famosos os combos TrackStar e os motores brushless, com uma ótima aceitação do público.

Combo Trackstar

Combo Trackstar

Motor Brushless

Motor Brushless

Agora um quesito muito importante: durabilidade. É aqui que a maior fraqueza da marca aparece, pelo menos nos modelos sem upgrades. É quase uma unanimidade entre os modelistas o fato de que, se você comprar um modelo esta marca, você tem que comprar junto os upgrades. Braços de suspensão extras, suportes dos braços da suspensão em alumínio, upper decks em fibra, coroas e pinhões sobressalente… tudo isso é quase que essencial na compra do seu novo brinquedo. Ainda mais se estamos falando em off-road, pois os tombos são inevitáveis… A não ser que você seja um piloto profissional, mas aí você vai optar por marcas competitivas nas provas que for disputar, e se tem uma coisa que os modelos da Turnigy não têm fama, é competitividade em provas de campeonato.

Upgrades e peças de reposição são essenciais nos modelos da marca

Upgrades e peças de reposição são essenciais nos modelos da marca

Resumindo, a marca Turnigy pode ser definida como ótima, se o seu objetivo é comprar um modelo de entrada, com custo baixo e, com os upgrades certos, confiável. Mas uma coisa é certa: Não espere demais dos modelos, pois eles não são modelos de qualidade comparável a outras marcas. Particularmente, estou plenamente satisfeito com o que o meu SCT 2WD 1/10 e o meu recém-adquirido Mini Rally Extreme 1/16 estão me propiciando.

E é isso. Aguardem mais reviews de marcas, e novos posts de tempos em tempos, aqui no High Voltage RC!

 

Salve, amigos modelistas!

Já que falamos de todos os componentes básicos do RC, que tal falarmos um pouco sobre as ferramentas básicas para a manutenção do seu modelo?

O bom modelista sempre tem ferramentas à mão para manutenção ou emergências

O bom modelista sempre tem ferramentas à mão para manutenção ou emergências

Como um carro em escala real, um automodelo precisa de um certo cuidado no que diz respeito à manutenção. E como em uma oficina, um “mecânico em escala” precisa estar bem equipado. Chaves de todos os tipos, alicates, ferros de solda, tudo isso faz parte do arsenal necessário ao cuidado do seu modelo. Mas vamos aos itens básicos:

Chaves diversas:

Alguns padrões de chaves

Alguns padrões de chaves

As chaves são itens primários em uma boa caixa de ferramentas. Chaves de boca, chaves de fenda, chave Phillips, chave Allen, são as nomenclaturas mais vistas, e as mais usadas. Abaixo, vamos ver as mais utilizadas no modelismo.

Chave de rodas:

Chave de rodas do tipo "canhão"

Chave de rodas do tipo “canhão”

A chave de rodas é o primeiro item para um modelista que usa seu modelo off-road no asfalto, ou que tem um modelo on-road para grip e para drift. A troca de pneus é feita como vemos na Fórmula 1: uma porca no centro da roda. Alguns modelos fogem ao padrão, mas a maioria usa porcas de 7 mm. Pode ser uma chave cruz, que tem também outras medidas para outras aplicações, ou a chave-canhão, mas cuidado com essa última, a parte externa pode ser muito grande para encaixar na roda.

Chaves Allen / Torx:

Padrão da chave Allen

Padrão da chave Allen

Exemplo de chave Allen, ou "L"

Exemplo de chave Allen, ou “L”

Padrão da chave Torx

Padrão da chave Torx

Exemplo de chave Torx

Exemplo de chave Torx

As chaves Allen e Torx são amplamente usadas em parafusos e muitos modelos diferentes. A chave Allen é mais fácil de ser encontrada em lojas de ferragens. Trata-se de uma chave de cabeça sextavada, de tamanho variável. Também é conhecida por chave L (Éle), pelo formato mais comum, igual à letra. Já a chave Torx é semelhante à Allen, mas não é um hexágono como a primeira, e sim uma estrela de 6 pontas arredondadas.

Chaves de fenda e Phillips:

Padrão da chave de fenda

Padrão da chave de fenda

Exemplo de chave de fenda

Exemplo de chave de fenda

Padrão da chave Phillips

Padrão da chave Phillips

Exemplo da chave Phillips

Exemplo da chave Phillips

Bastante comuns no Brasil, parafusos fenda e Phillips não são tão comuns na maioria dos modelos. Alguns, como os genéricos HSP/Exceed/Himoto/Redcat e companhia ainda usam (alguns), portanto é importante ter pelo menos dois tamanhos de cada.

Alicate de bico:

Exemplo de alicate de bico

Exemplo de alicate de bico

Um alicate de bico pode ser extremamente útil para pegar pequenas peças em espaços reduzidos. remover um grampo “E”, tirar pedras presas próximo à diferenciais, dentro de rodas, ou próximas de engrenagens… além de várias outras utilidades.

Alicate de corte:

Exemplo de alicate de corte

Exemplo de alicate de corte

O alicate de corte é útil não só para cortar fios elétricos, mas também em outras aplicações, como retirar pinos de suspensão (eles possuem fendas onde se encaixam os grampos “E”), ou mesmo cortar peças plásticas pequenas, como as que vêm em “cartelas”, como os kits de plastimodelismo.

Ferro de solda e estanho:

Ferro de solda

Ferro de solda

Uma das várias apresentações do estanho para solda

Uma das várias apresentações do estanho para solda

Obviamente, por se tratar de modelos elétricos, é necessário ter sempre à mão um bom ferro de solda, e estanho para reparar quebras nos contatos, fios quebrados, alongar cabos, etc. A potência em Watts varia, e o cuidado no manuseio é essencial. O estanho deve ser de qualidade, e é bom ter uma esponja molhada para limpar o ferro entre uma solda e outra.

Pincel:

O bom e velho pincel

O bom e velho pincel

Isso mesmo que você leu: pincéis são ferramentas muito necessárias para qualquer automodelista, mas mais ainda para quem tem modelos off-road. A poeira é um dos maiores fatores de desgaste das peças móveis, e dois pincéis ao menos, um pequeno e um grande, podem tirar o excesso de poeira, especialmente em veículos sem tratamento à prova d’água. Umas boas pinceladas e uma lubrificação bem feita podem prevenir folgas e até mesmo quebras.

Ainda, pode-se ter sempre à mão fita isolante, silver tape, pequenos pedaços de PET para reparos em bolhas, cola instantânea, além de pequenas peças extras, como jogos de grampos para bolhas, atilhos, um pano ou flanela (para colocar no colo quando se pega o modelo e não sujar as calças), e tudo o que você achar necessário. E essas ferramentas podem compor a sua mochila ou caixa de campo, pois é na pista / trilha que você vai precisar fazer pequenos reparos de emergência.

Atilhos, ou simplesmente "borrachinhas de dinheiro"

Atilhos, ou simplesmente “borrachinhas de dinheiro”

Flanela, pois a organização começa na limpeza

Flanela, pois a organização começa na limpeza

E é isso. Agora você está pronto para qualquer emergência ou manutenção rotineira no seu RC. Até o próximo post, aqui no HVRC!

VOANDO NO CHÃO

 Modelistas

Quem por aí tiver 30 anos ou mais vai lembrar de um filme com um certo rapazinho, que veio a se tornar um dos melhores atores de ação de Hollywood. O tal ator era nada menos do que o Sr. Thomas Cruise Mapother IV, também conhecido pela alcunha de Tom Cruise. Conhecido por filmes como Minority Report, Missão: Impossível, Vanilla Sky e Dias de Trovão, o Sr Mapother IV interpretou, em 1986, o Tenente Peter Mitchell, ou “Maverick”, piloto da Força Aérea americana, que realiza um treinamento na famosa escola de ases Top Gun (também o nome do filme), que existe de fato.

Pois bem. Quem, como eu, tinha pouca idade quando viu o filme pela primeira vez, antes do advento dos jogos eletrônicos, botou a imaginação para funcionar a todo vapor, tentando idealizar as manobras efetuadas no filme por Maverick, Goose, Iceman e seus colegas pilotos, mas tudo de olhos fechados. Quem não daria um apêndice inflamado por uma chance de realizar aquelas manobras?

É… Para quem tem dinheiro de sobra, tempo e alguma paciência para aprender, a chance está aí. Claro, a única coisa que não vai estar no avião é você, mas a emoção pode ser tão grande quanto. É o aeromodelismo, um hobby dos mais famosos em existência.

Não vou comentar sobre a história do aeromodelismo, pois é um tanto confusa. Ninguém sabe exatamente como surgiu, então não vou falar sobre o que não sei. Vou me concentrar na parte prática, que já é bastante interessante.

Basicamente, existem 3 tipos de aeromodelos:

VCC

 – Os U-Control, ou VCC (Vôo Circular Controlado), que consistem em um modelo ligado a cabos e voando em círculos. O “piloto” fica em pé no centro e o modelo voa em volta dele, controlado pelos cabos;

Rádio

 – Os radio-controlados, mais conhecidos do grande público. Um modelo, um piloto e um controle remoto;

Papel

 – Os de vôo livre, que todo mundo já fez ou teve. São aviões lançados, sem controles, que podem ser movidos por motores, elásticos, ou mesmo sem motores. Os aviões de papel são o exemplo mais simples desses modelos.

 

Claro, no conceito de modelismo propriamente dito, o que lembramos primeiro é o radio-controlado. E ainda tem sub-divisões, baseadas no tipo de motor: modelos à combustão, modelos elétricos e planadores. Modelos à combustão podem chegar a escalas superiores a 1:2. Portanto, podem ser mais detalhados, normalmente usam motores 2-tempos e, na maioria, são fabricados em madeira ou fibra. A madeira usada é a balsa, muito leve e fácil de se trabalhar.

 Combustão

Os modelos elétricos são menores, têm vida útil reduzida, são mais silenciosos, não têm o inconveniente do cheiro de óleo 2-tempos, têm uma possibilidade maior de montagem de modelos bimotores, trimotores ou mais, e é mais barato para manter, já que não é necessário comprar combustível (se bem que uma ou duas baterias extras estendem consideravelmente o tempo de vôo, e não são nada baratas).

 Elétrico

Já os planadores são um caso a parte. O vôo em si não depende de motores, mas eles têm de alçar vôo de alguma forma. Podem ser rebocados por outros modelos ou por veículos terrestres, lançados (manual ou mecanicamente), ou mesmo ter um pequeno motor para colocá-los lá em cima, mas que não interferem no vôo em si. Algumas pessoas consideram o chamado vôo à vela radio-controlado mais divertido do que outras modalidades, pois caçar correntes ascendentes de ar quente pode ser um grande desafio. O pouso também é um pouco mais complicado, pois depende unicamente da sustentação da asa, sem possibilidade de arremeter no caso de algum problema.

 Vela

Os valores, como no modelismo em geral, variam bastante. Modelos simples de planadores com 2 canais podem ser adquiridos por menos de R$ 150,00, e modelos complexos, com motores a jato e escalas maiores podem chegar à dezenas de milhares de dólares. Mas o aeromodelismo tem a vantagem de a maioria dos componentes poderem ser confeccionados em casa, como fuselagem, ligações elétricas, etc. Para quem tem algum grau de conhecimento de engenharia e eletrônica, é possível (embora nem um pouco prático) construir 100% do modelo artesanalmente, inclusive servos e motores. Basta ter tempo de sobra e vontade.

Artesanal

 Na próxima matéria, vamos descer ao chão na carona do modelismo terrestre.

Salve, amigos modelistas! E bem vindos ao primeiro post deste blog!

Nesse post, vou apresentar um pequeno artigo que escrevi para o site NovaTopNet, onde tenho uma coluna sobre modelismo. O artigo tem a intenção de apresentar o modelismo a pessoas que não conheçam nada (ou conheçam muito pouco) sobre o assunto, e visa atrair o interesse a esse hobby tão querido pelos seus praticantes. Confira!

Qualquer menino entre 3 e 15 anos, já ficou maravilhado, boquiaberto ou até mesmo catatônico ao ver carros, barcos, aviões ou trens em escala. Qualquer criança teve algo parecido com um carro de brinquedo, até mesmo meninas, com carrinhos da Barbie, ou seja lá que boneca seja a preferida delas. Mas já há algum tempo os modelos vêm se aprimorando, com níveis absurdos de detalhamento, que vão da pintura aos instrumentos do painel.
Mas o que atrai meninos e adultos de uns anos para cá é um novo nicho, que eleva o que era antes considerado brinquedo ou excentricidade a um nível muito mais avançado, mas ao mesmo tempo mais popular. O modelismo, em suas várias sub-divisões, têm conquistado mais e mais adeptos, e fomentado uma indústria que faz girar cada vez mais dinheiro. Veículos de todos os tipos são miniaturizados e condensados em escalas que variam de 1:72 a 1:8. Mas primeiro, o que quer dizer essa tal escala?
No colégio, na aula de geografia, a maioria das pessoas aprende a ler mapas. Mapas de países, de cidades, de Estados… e o mapa têm uma escala, que muitos não sabem o que quer dizer. Pois bem, simplificando, a escala é o que faz você perceber o quão pequeno algo é, quando comparado ao tamanho real. Por exemplo, uma escala de 1:18 (lê-se “um para dezoito”) quer dizer que, para cada 1 unidade de medida no modelo, equivalem 18 unidades da mesma medida no objeto real. Simplificando ainda mais, em um carro construído em escala 1:18, a cada 1cm do modelo equivalem 18 centímetros do original. Mas basta de explicações sobre a matemática da coisa, vamos às explicações sobre a história da coisa.
O modelismo como temos hoje nasceu praticamente junto com o humano moderno. Segundo pesquisas, é impossível determinar quando apareceu, mas é possível extrapolar e imaginar o homem no início dos tempos, projetando edificações, testando a flutuabilidade de embarcações, planejando cercos à cidades inimigas, elaborando armas, etc. O modelismo sempre teve um caráter experimental, sendo que até hoje arquitetos e engenheiros utilizam-se de maquetes para mostrar tanto a capacidade estrutural de um edifício quanto as formas pretendidas.
Quando pensamos em modelismo, temos diversas subdivisões. As duas principais são o que eu chamo modelismo de exibição e o modelismo de controle. No modelismo de exibição, também conhecido por plastimodelismo, engloba desde os pequenos e famosos Hotweels até os complicadíssimos kits Revell, e o objeto reproduzido em escala fica estático, e apresenta um nível muito avançado de detalhes. Você pode, por exemplo, ter em casa uma miniatura de um avião da 2ª Guerra Mundial, ou de um carro de Fórmula 1, ou mesmo de um navio transatlântico. Existem modelos em miniatura de praticamente todos os meios de transporte já inventados pelo homem, sendo os mais procurados os modelos de veículos militares da 2ª Guerra. Há também os dioramas, que são maquetes representando uma situação, ou uma cena. Existem, por exemplo, dioramas de tropas alemãs prontas para emboscar soldados aliados, carros antigos em um ferro-velho, entre outras, mas os mais conhecidos são os que acompanham os saudosos ferroramas: montanhas, vegetação, estruturas de caixas d’água, os próprios trilhos, tudo reproduzido à perfeição.
O ferrorama em si nos remete ao outro sub-grupo do modelismo, o modelismo de controle. Apesar de não ser exatamente controlado, o ferrorama, brinquedo popular da década de 80, é um misto de diorama com ferromodelismo. O trem, ao contrário do ambiente estático no qual se localizavam os trilhos, move-se em um círculo fechado formado pela via férrea. O dito “controle” limita-se apenas a colocar o trem em movimento ou pará-lo.
Dentro do modelismo de controle, há ainda sub-divisões: o já mencionado ferromodelismo, o automodelismo de fenda (autorama), o automodelismo RC (rádio-controlado), o aeromodelismo (aviões, balões, foguetes), o helimodelismo (helicópteros) e o nautimodelismo (barcos, lanchas e submarinos). Em quase todos os casos, os componentes são basicamente os mesmos: um corpo, carcaça, chassi ou fuselagem, que é a parte estrutural, conjunto direcional, conjunto motriz e conjunto receptor / transmissor. Vamos a cada um deles:
– O corpo, a fuselagem, a carcaça ou o chassi são a parte estrutural, como já mencionado. Eles dão o formato ao modelo, e determinam a estrutura dos outros componentes. Nos automodelos, são o conjunto de chassi e bolha, nos aeromodelos são a fuselagem e as asas, nos nautimodelos são os cascos, etc;
– O conjunto direcional é o que direciona os modelos, fazendo-os mover-se em diferentes direções. A princípio são compostos por um ou mais servos-motores e uma peça específica da estrutura. No caso de automodelos, as rodas, nos nautimodelos, o leme, nos aeromodelos, são o leme, o profundor e os ailerons. Nos helimodelos, há algumas diferenças, uma vez que quase todos os movimentos de mudança de direção são executados pelas hélices. Para subir, mais velocidade no rotor ou maior inclinação das pás, para descer o inverso, para girar no eixo vertical, pode haver um rotor de cauda, ou um segundo eixo de hélices principais, usando o próprio momento das hélices para virar a fuselagem;
– O conjunto motriz é o que faz com que o modelo desloque-se de um ponto a outro. Normalmente é um motor elétrico ou à combustão, mas alguns aeromodelos são lançados (planadores) e alguns nautimodelos seguem a receita dos descobridores, e navegam ao sabor dos ventos (nautimodelos à vela);
– O conjunto receptor / transmissor é o bom e velho controle remoto. A grande maioria dos modelos são controlados por rádios-transmissores, normalmente com mais de dois canais. Antigamente, o padrão de freqüência era 27 MHz de freqüência modulada, de curto alcance (no máximo 100 metros), grande chance de interferência de outros controles com a mesma freqüência e com uma antena gigantesca. Modelos mais modernos contam com o sistema de freqüência de 2,4 GHz (tecnologia Spektrum), sem interferência de outros modelos e alcance superior a 400 metros. Nos modelos, fica o receptor, que pode ter 2 ou mais canais, sendo que cada canal controla uma função. Por exemplo, um aeromodelo básico tem 3 canais, sendo um para o motor, um para o profundor e um para o aileron (inclinação das asas). Já um modelo avançado pode ter esses três, mais um canal para o leme, um para recolher ou estender o trem de pouso, um para ligar ou desligar as luzes de navegação, um para ligar ou desligar efeitos de fumaça, entre outros. Os transmissores mais completos podem chegar a 8 canais.
Em termos de público-alvo, o modelismo alcança desde crianças de 6 anos a adultos de 60. Especialmente se levarmos em conta a questão financeira: embora tenhamos certos modelos com preços bem acessíveis, um modelo profissional pode chegar à cifras equivalentes a um carro popular. Não é difícil encontrar modelos que ultrapassam os R$ 20.000,00, especialmente quando construídos peça por peça. Modelos RTR (Ready-To-Run, ou prontos para correr) normalmente são mais baratos, mas ainda assim são um investimento para quem é muito apaixonado pelo hobby ou para quem tem o dinheiro sobrando. E é fato que a maioria dos modelistas não se enquadra no segundo grupo. Existem muitos modelistas que, para economizar, constroem o que podem em casa, e só compram o que não podem construir ou reaproveitar.
Este artigo é apenas uma introdução ao modelismo, futuramente tentarei apresentar artigos específicos sobre cada tipo de modelismo, e, se possível, com entrevistas de modelistas amadores e profissionais.