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Salve, amigos modelistas!

Vamos falar hoje de coisas pequenas, locais apertados, mecânica simples mas funcional… Mas de diversão gigante! O papo hoje é sobre escalas menores, de 1:16 para baixo.

Como vocês já sabem, meu primeiro modelo foi um Himoto Mastadom, um Monster Truck escala 1:18. É hoje em dia, ainda tenho boas lembranças daquele pequeno valente! Perfeitos para iniciantes, modelos em escala menor de 1:16 são normalmente mais baratos, de manutenção mais fácil, mas muito divertidos.

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Himoto Mastadon 1:18 Brushed, meu primeiro modelo

Relembrando o quesito escala: a maioria dos modelos RC que conhecemos não tem um equivalente em escala 1:1. Salvo os modelos Scale Trail customizados e os Short Course Trucks, é praticamente impossível encontrarmos uma E-Revo com um motorista dentro, ou um Axial Wraith saindo de uma linha de montagem (apenas lembrando que existem sim carros feitos artesanalmente que lembram os modelos citados, e outros, mas não são comuns de se ver na rua). E ainda, quanto menor a escala, mais difícil fazer um RC igual a um modelo 1:1.

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HPI Savage XS Flux, com bolha da Ford Raptos. 2/3 do tamanho da já conhecida Savage Flux.

As escalas consideradas mini iniciam em 1:16, mas vão até 1:36 (pelo que sei, talvez até existam menores). Os 1:16 não são tão numerosos, mas são mais conhecidos, como os Slash, Mini E-Revo e Summit da Traxxas, o Mini Rally, o HellSeeker e o Bad Bug, da Turnigy, entre outros. Na escala 1:18, a Traxxas entra forte com a linha LaTrax (subsidiária que distribui modelos em menor escala), com o Rally, o Teton e o SST. Outras empresas vendem modelos genéricos, como a linha 1:18 da HSP/Himoto, com modelos que compartilham a mesma plataforma (entre eles, o Mastadon). Até a Team Associated tem seus modelos mini (o SC18, o RC1882, o Rival Mini Monster Truck e o APEX Mini Touring). A Losi tem o Mini-Desert Truck, a RC4WD tem o Gelande II 1:18, e até a HPI tem um modelo “mini”, apesar de não divulgar a escala (apenas informando que a Savage XS Flux tem 2/3 do tamanho da Savage normal).

Modelos ainda menores fazem a alegria de quem curte uma modalidade distinta do modelismo: modelos mini on-road, popularmente conhecidos como “MiniZ”. Fabricados pela Kyosho na escala 1:28, esses modelos possuem inclusive campeonatos oficiais especialmente nos países da Ásia, como Tailândia e Malásia. E sim, existe Campeonato Mundial de MiniZ! A final do campeonato de 2016 será realizada em Lyon, na França. Certamente é a modalidade mini mais famosa e difundida.

A Team Losi, grande fabricante de RC’s, também impressiona no tamanho, e nos dois sentidos. O seu modelo 5ive-T já é bem famoso entre os praticantes de modelismo, na mostruosa escala 1:5. Mas eles também fabricam os modelos Micro Rock Crawler, Micro SCTE, Micro Rally e Micro Truggy (todos escala 1:24). E não para por aí, eles ainda têm o Micro HIGHroller, na impressionante escala 1:36!

Achou a escala do Micro HIGHroller impressionante? Pois saiba que o menor RC do mundo é um Mercedes-Benz Smart, construído pelo japonês (ah, vá!) Michihiro Ino, em 2002. Alguém tenta adivinhar a escala? Impressionantes 1:90! Sim, menor que a unha do seu dedão! E com autonomia para 15 minutos de brincadeira! hehehe

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Menor RC do mundo, registrado no Guinnes Book. Escala 1:90!

E estamos caminhando tecnologicamente para modelos ainda menores, é apenas questão de tempo para vermos modelos que desafiam nossa imaginação, e que sejam dignos de filmes de ficção científica. Mas isso é assunto para outro post. Fico por aqui, nesse post relativamente curto, mas que espero ter contribuído em algo. Abraço, e até a próxima!

Automodelismo S/A

Pois é, pessoal… visitando o forum RC Elétrico, descobri um novo canal do YouTube sobre automodelismo, o Automodelismo S/A, do amigo WanderleiLeite. Ele apresenta vídeos explicativos sobre automodelismo em geral, com dicas sobre manutenção de componentes, sendo uma ótima opção para quem está iniciando no hobby. Inscrevam-se e acompanhem!

Salve, amigos modelistas!

Já que falamos de todos os componentes básicos do RC, que tal falarmos um pouco sobre as ferramentas básicas para a manutenção do seu modelo?

O bom modelista sempre tem ferramentas à mão para manutenção ou emergências

O bom modelista sempre tem ferramentas à mão para manutenção ou emergências

Como um carro em escala real, um automodelo precisa de um certo cuidado no que diz respeito à manutenção. E como em uma oficina, um “mecânico em escala” precisa estar bem equipado. Chaves de todos os tipos, alicates, ferros de solda, tudo isso faz parte do arsenal necessário ao cuidado do seu modelo. Mas vamos aos itens básicos:

Chaves diversas:

Alguns padrões de chaves

Alguns padrões de chaves

As chaves são itens primários em uma boa caixa de ferramentas. Chaves de boca, chaves de fenda, chave Phillips, chave Allen, são as nomenclaturas mais vistas, e as mais usadas. Abaixo, vamos ver as mais utilizadas no modelismo.

Chave de rodas:

Chave de rodas do tipo "canhão"

Chave de rodas do tipo “canhão”

A chave de rodas é o primeiro item para um modelista que usa seu modelo off-road no asfalto, ou que tem um modelo on-road para grip e para drift. A troca de pneus é feita como vemos na Fórmula 1: uma porca no centro da roda. Alguns modelos fogem ao padrão, mas a maioria usa porcas de 7 mm. Pode ser uma chave cruz, que tem também outras medidas para outras aplicações, ou a chave-canhão, mas cuidado com essa última, a parte externa pode ser muito grande para encaixar na roda.

Chaves Allen / Torx:

Padrão da chave Allen

Padrão da chave Allen

Exemplo de chave Allen, ou "L"

Exemplo de chave Allen, ou “L”

Padrão da chave Torx

Padrão da chave Torx

Exemplo de chave Torx

Exemplo de chave Torx

As chaves Allen e Torx são amplamente usadas em parafusos e muitos modelos diferentes. A chave Allen é mais fácil de ser encontrada em lojas de ferragens. Trata-se de uma chave de cabeça sextavada, de tamanho variável. Também é conhecida por chave L (Éle), pelo formato mais comum, igual à letra. Já a chave Torx é semelhante à Allen, mas não é um hexágono como a primeira, e sim uma estrela de 6 pontas arredondadas.

Chaves de fenda e Phillips:

Padrão da chave de fenda

Padrão da chave de fenda

Exemplo de chave de fenda

Exemplo de chave de fenda

Padrão da chave Phillips

Padrão da chave Phillips

Exemplo da chave Phillips

Exemplo da chave Phillips

Bastante comuns no Brasil, parafusos fenda e Phillips não são tão comuns na maioria dos modelos. Alguns, como os genéricos HSP/Exceed/Himoto/Redcat e companhia ainda usam (alguns), portanto é importante ter pelo menos dois tamanhos de cada.

Alicate de bico:

Exemplo de alicate de bico

Exemplo de alicate de bico

Um alicate de bico pode ser extremamente útil para pegar pequenas peças em espaços reduzidos. remover um grampo “E”, tirar pedras presas próximo à diferenciais, dentro de rodas, ou próximas de engrenagens… além de várias outras utilidades.

Alicate de corte:

Exemplo de alicate de corte

Exemplo de alicate de corte

O alicate de corte é útil não só para cortar fios elétricos, mas também em outras aplicações, como retirar pinos de suspensão (eles possuem fendas onde se encaixam os grampos “E”), ou mesmo cortar peças plásticas pequenas, como as que vêm em “cartelas”, como os kits de plastimodelismo.

Ferro de solda e estanho:

Ferro de solda

Ferro de solda

Uma das várias apresentações do estanho para solda

Uma das várias apresentações do estanho para solda

Obviamente, por se tratar de modelos elétricos, é necessário ter sempre à mão um bom ferro de solda, e estanho para reparar quebras nos contatos, fios quebrados, alongar cabos, etc. A potência em Watts varia, e o cuidado no manuseio é essencial. O estanho deve ser de qualidade, e é bom ter uma esponja molhada para limpar o ferro entre uma solda e outra.

Pincel:

O bom e velho pincel

O bom e velho pincel

Isso mesmo que você leu: pincéis são ferramentas muito necessárias para qualquer automodelista, mas mais ainda para quem tem modelos off-road. A poeira é um dos maiores fatores de desgaste das peças móveis, e dois pincéis ao menos, um pequeno e um grande, podem tirar o excesso de poeira, especialmente em veículos sem tratamento à prova d’água. Umas boas pinceladas e uma lubrificação bem feita podem prevenir folgas e até mesmo quebras.

Ainda, pode-se ter sempre à mão fita isolante, silver tape, pequenos pedaços de PET para reparos em bolhas, cola instantânea, além de pequenas peças extras, como jogos de grampos para bolhas, atilhos, um pano ou flanela (para colocar no colo quando se pega o modelo e não sujar as calças), e tudo o que você achar necessário. E essas ferramentas podem compor a sua mochila ou caixa de campo, pois é na pista / trilha que você vai precisar fazer pequenos reparos de emergência.

Atilhos, ou simplesmente "borrachinhas de dinheiro"

Atilhos, ou simplesmente “borrachinhas de dinheiro”

Flanela, pois a organização começa na limpeza

Flanela, pois a organização começa na limpeza

E é isso. Agora você está pronto para qualquer emergência ou manutenção rotineira no seu RC. Até o próximo post, aqui no HVRC!

Salve, amigos modelistas!
A partir de agora, vou começar a largar drops de pouco em pouco. Por exemplo, vocês sabiam que existe um grupo de drifters RC formado por brasileiros, mas que não moram no Brasil? Pois é, o nome do grupo é Slow Freaks, e vocês podem encontrá-los no Facebook. Eles têm, iclusive, produtos personalizados como bandeiras para personalizar a sua pista.
Por emquanto é isso. A qualquer momento, mais drops aqui no High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas! Hoje vamos dar uma olhada em mais um componente crítico do RC elétrico, a força motriz do modelo: o motor!

O motor elétrico básico

O motor elétrico básico

Muito já se falou em outros posts a respeito de motores, ESC para cada tipo de motor, motores indicados para isso e aquilo… mas não se falou especificamente deste componente crucial ao funcionamento do modelo. E é isso que pretendo corrigir agora.

O motor elétrico é uma invenção antiga. O primeiro foi criado pelo húngaro Ányos Jedlik, em 1.828 (pelo menos ele é um dos que leva crédito pela criação). As aplicações vão desde o hobby que amamos até o nosso dia a dia. Liquidificadores, processadores, máquinas de lavar, secadores de cabelo, ventiladores, furadeiras… todos funcionam com o mesmo princípio.

Eletrodomésticos e ferramentas que usam motores elétricos

Eletrodomésticos e ferramentas que usam motores elétricos

Para entender a fundo o funcionamento do motor elétrico, temos que voltar às aulas de física do colégio. O motor elétrico nada mais é do que uma espiral formada por um fio condutor elétrico (bobina), com um eixo central ligado a ímãs. Quando uma corrente circula pela espiral, um campo magnético é formado, atraindo ou repelindo os pólos dos ímãs, girando assim o eixo central. A intensidade da corrente determina a velocidade, medida em revoluções por minuto (RPM), e o sentido da corrente determina o sentido dessas revoluções. Esta é a definição mais detalhada de um motor elétrico. A mais curta e sucinta é a seguinte: um motor elétrico é o aparelho que transforma energia elétrica em mecânica. Fácil, não?

Ainda, outra aplicação do motor elétrico é a própria produção de energia. Em uma usina hidrelétrica, um motor elétrico é posicionado de forma que a força das águas impulsionem o eixo com os ímãs, fazendo com que uma corrente elétrica seja formada pela atração/repulsão dos ímãs e transite pelos fios condutores que formam a bobina. Essa corrente é canalizada, e armazenada em “baterias”, para depois ser distribuída.

Um "pequeno" gerador, mesmo princípio do motor elétrico

Um “pequeno” gerador, mesmo princípio do motor elétrico

Mas chega de teoria. Vamos ao que interessa. No seu automodelo, você vai usar um motor escovado (brushed) ou um não-escovado (brushless). A diferença, na parte estrutural, é que o motor brushed existente há mais tempo no mundo do modelismo, têm escovas, ou carvões, que realizam o contato entre o rotor propriamente dito, e os ímãs. O atrito provoca desgastes e diminui a vida útil do motor, mas também tem a vantagem de ter um torque maior do que um motor sem escova. Falando nele, o motor brushless usa apenas a indução eletromagnética criada pela corrente que circula pelo motor, o que faz com que a vida útil aumente consideravelmente. A manutenção também é facilitada, pois não é necessário trocar escovas, nem limpar o motor (pelo menos não tão seguido quanto o motor brushed).

Diferenças entre os motores brushless e brushed

Diferenças entre os motores brushless e brushed

Esquema de cada tipo de motor

Esquema de cada tipo de motor

Ainda, se a sua opção for por um motor brushless, você pode optar por usar um motor com sensor ou sem sensor. O sensor faz o papel de “suavizador” se é que existe essa palavra. Para usar um motor com o sensor ativo, você deve procurar um ESC que tenha essa opção. Voltando ao motor, a suavização mencionada anteriormente é a quantidade de “cog”. Cog, no inglês britânico, é o dente de uma engrenagem, e o efeito “cogging” no motor sem sensor assemelha-se à falta de um dente em uma engrenagem. Ocorre quando o ímã do rotor passa exatamente no ponto de maior atração, ou de equilíbrio, entre os pólos do campo eletromagnético gerado pela passagem da corrente. Um motor brushless sem sensor vai ter um cog grande (vai “tremer” bastante) quando estiver em baixa rotação, pois o ESC não sabe quando o ímã está passando pelo ponto de equilíbrio do campo eletromagnético. O sensor avisa ao ESC quando isso vai acontecer, e faz com que o mesmo mande a corrente certa para o motor no exato momento em que o ímã passa no ponto de equilíbrio. Isso faz com que o motor, no início da aceleração, não dê essas tremidas, ou gaguejadas, como alguns dizem. Ele vai ter uma aceleração suave e constante desde o início da aceleração.

Motor brushless Speed Passion, com o detalhe do plug do sensor

Motor brushless Speed Passion, com o detalhe do plug do sensor

Nos motores brushed, não ocorre o cog, a não ser que haja algum problema com os componentes internos. Por isso, no caso dos Rock Crawlers, o motor brushed é o preferido, pois normalmente o modelo vai rodar bem devagar para vencer as pedras no percurso. Já quem vai levar o modelo ao limite do desempenho, desenvolvendo altas velocidades, vai optar pelo brushless, tanto por exigir menos manutenção do que o outro, quanto pela velocidade que pode ser atingida.

Traxxas Titan 12T, brushed

Traxxas Titan 12T, brushed

Mais um detalhe que deve ser observado quando se escolhe o motor é o chassi. Cada chassi tem uma limitação de espaço e, normalmente, poucas opções de encaixe e ajuste do motor. Assim, as medidas externas podem ser um fator determinante no momento de escolher o motor. Aliás, um motor enorme não necessariamente quer dizer melhor desempenho, tudo depende do tamanho do modelo (escala) e do que se vai fazer com ele, dentre as várias opções já apresentadas no tópico de estilos de automodelismo.

Traxxas Velineon brushless

Traxxas Velineon brushless

E é isso sobre os motores de automodelos RC elétricos. Este tópico, da mesma forma como os que falam sobre ESC’s, servos e receptores, é um complemento do tópico específico de como montar o seu RC elétrico peça por peça. Como eu disse naquele tópico, o ideal para iniciantes é comprar um modelo RTR, mas se você já tem um modelo e quer dar o próximo passo, você definitivamente precisa dessas informações e de outras mais para não dar um pulo errado. O ideal é, depois de ler esses tópicos todos, idealizar um projeto, determinar os componentes que você quer e conversar com outros modelistas, perguntando a opinião deles sobre os seus planos. A experiência sempre é a melhor professora, e um modelista experiente raramente vai lhe dar informações imprecisas ou opiniões que não sejam verdadeiras, de acordo com o que ele já viu.

Então, como sempre, até o próximo artigo, e divirtam-se!

Salve, amigos modelistas!

Hoje continuamos a série que fala sobre os componentes do seu RC elétrico (nesse caso, não necessariamente elétrico mas também nitro), trazendo informações sobre servos.

Um servo-motor, ou apenas servo

Um servo-motor, ou apenas servo

O servo nada mais é do que um motor e um conjunto de engrenagens, cuja finalidade é mover alguma coisa. Ok, não é a definição mais técnica de todas, mas é basicamente isso mesmo. mas então, porquê temos que tomar cuidado? Se é só isso, qualquer um serve para mim, certo? ERRADO! hehehe

Assim como temos diferentes tipos de motores e ESC’s, temos sim diferentes tipos de servos. As variações são no tamanho, torque e velocidade. Basicamente, o servo é composto de três partes principais: o motor, ou sistema atuador, formado por um motor elétrico e um conjunto de engrenagens, um sensor, que detecta em que posição está o atuador e para onde ele deve se mover, e um circuito de controle, que interpreta os dados enviados pelo receptor, que por sua vez interpreta os dados enviados pelo transmissor, ou controle. Então a coisa toda funciona assim: o transmissor fala com o receptor, que fala com o circuito do servo, que usa as informações do sensor para mover o sistema atuador. Para o perfeito funcionamento do servo, cada uma dessas partes precisa estar se comunicando bem com a outra, e funcionando perfeitamente.

Componentes de um servo

Componentes de um servo

Bom, como já falei ali em cima, temos servos de diferentes velocidades, com mais ou menos torque, maiores ou menores. O tamanho não é fator determinante no que diz respeito ao torque, mas normalmente servos maiores têm mais torque ou mais velocidade. E normalmente, um servo de alta velocidade tem torque baixo (menos força), e um servo de alto torque (muito forte) é mais lento. Você vai sentir diferença dependendo do tipo de pilotagem: Servos ultra-rápidos são mais usados em corridas, como as de Buggy escala 1/8, enquanto servos mais fortes são usados para Rock Crawling.

Mas nem sempre a melhor opção é a mais óbvia. Temos que pensar objetivamente e analisar o seguinte: um servo muito rápido em um veículo muito pesado tende a não virar tão bem, pois é necessário alguma força para virar as rodas, por conta do atrito, da resistência do solo. Um exemplo é o Traxxas Summit, com suas rodas e pneus stock enormes,, de um composto macio e padrão agressivo. Apesar de ser um veículo voltado ao bashing, um servo mais forte é recomendado para mover os pneus grotescamente enormes. Ou corremos o risco de o servo não vencer, e o veículo não virar em terrenos muito acidentados, sobre pedras ou em areia, por exemplo.

Velocidade x torque, eterna dúvida na hora da escolha

Velocidade x torque, eterna dúvida na hora da escolha

Um servo com maior velocidade pode ser destinado, por exemplo, para modelos on-road de drift: o baixo atrito dos pneus de drift, algumas vezes feitos com eletrodutos de PVC, um material muito liso, faz com que a velocidade seja sempre a máxima, independente do torque. Portanto, um servo relativamente fraco, mas rápido, é a melhor escolha.

Outro fator importante na escolha do servo é a escala do veículo. Escalas menores pedem servos menores, pois o espaço físico nos chassis menores é um fator que limita as opções. O Himoto Mastadon, por exemplo, em sua versão brushless RTR vem com um micro-servo, pois não é necessário um servo muito grande, nem muito forte. E mais, na versão brushed (a que tenho), é um micro-servo integrado ao ESC e ao receptor, em um espaço relativamente pequeno do chassi. Relativamente, pois não é qualquer coisa que cabe num chassi 1/18… hehehe

Micro-servo do Himoto Mastadon 1/18

Micro-servo do Himoto Mastadon 1/18

Além do servo, temos que observar um componente do chassi ligado diretamente a ele: o “salva-servo”. Este componente nada mais é do que uma alavanca que transmite a força do servo aos links de direção. Um salva-servo em plástico tende a ser flexível, o que protege as engrenagens do servo, mas limitando o ângulo de esterço das rodas. Já a mesma peça em alumínio permite um esterço total, mas pode danificar tanto as rodas quanto o próprio servo, sem mencionar os links de direção, e a suspensão como um todo. Lembre-se disso ao escolher um ou outro tipo de salva-servo.

Salva-servo simples

Salva-servo simples

Outro salva-servo, mais complexo

Outro salva-servo, mais complexo

E é isso sobre servos. Como qualquer outro componente, analise com calma o seu estilo de pilotagem, e faça a melhor escolha, com base na avaliação de cada modelo. Pesquise a marca, as especificações (velocidade e torque) e pronto, não tem erro.

Servo Traxxas

Servo Traxxas

Servo Hitec

Servo Hitec

Servo Futaba

Servo Futaba

Até o próximo post, aqui no High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas! Mais um review comentado. E hoje vamos levar o assunto na ponta dos dedos. Literalmente.

Quando pensamos em modelos rádio-controlados, logo nos vêm à mente os modelos de rádios com dois manches, alguns botões, uma antena telescópica gigantesca… Mas as coisas mudaram de uns tempos para cá.

FlySky FS-GT2, 2,4GHz, 2 canais

FlySky FS-GT2, 2,4GHz, 2 canais

O review comentado de hoje é sobre modelismo. Mas não sobre modelos. Vamos falar um pouco sobre rádios. Mais especificamente um modelo muito popular, especialmente entre iniciantes e praticantes que não gastam fortunas em RC’s: o Fly-Sky FS-GT2, um rádio do tipo pistola, de dois canais e sistema de 2.4GHz, com receptor incluído. Opa, eu mencionei antes que este é um modelo conhecido, popular, até famoso, digamos, mas não conheço essa marca. Pois bem, para os desinformados, a Hobby King vende exatamente o mesmo modelo, mas com o nome de Hobby King HK-GT2. A diferença é que o FS vem com um cabo para ligar o rádio ao PC. Mais sobre isso adiante.

A cópia, o HobbyKing HK-GT2

A cópia, o HobbyKing HK-GT2

O modelo vendido na Hobby King custa a bagatela de US$ 15,99 (hoje, R$ 32,45), mais taxa de envio. Ou seja, você tem um modelo de entrada, que usa o sistema 2.4GHz, com dois canais, por pouco mais de 30 reais. Realmente MUITO barato. E este review vale para os dois modelos, sendo exatamente iguais.

Na época em que Jang fez o vídeo, o FS-GT2 custava cerca de US$35,00 (incluído o frete), e isso foi há quase 3 anos atrás. E muitos modelistas preocupados com valores ficaram desconfiados, sabem como é a história da “esmola demais”…

Falando em ergonomia, Jang gostou bastante do modelo. Boa pegada, espaço o bastante para pessoas com mãos maiores, áreas texturizadas (apesar de ser todo em plástico duro), e o equilíbrio está um pouco deslocado para a frente, mas não é tão ruim.

Os ajustes: trim e reverso para os dois canais, e dual rating para o esterço

Os ajustes: trim e reverso para os dois canais, e dual rating para o esterço

O volante é revestido por borracha sintética, macia e agradável ao toque, e também texturizada, imitando o padrão de um pneu. Uma coisa que o jang desaprova é a vibração do volante quando você esterça ele completamente e solta, e isso faz com que ele vibre indo e voltando, até que a inércia faça com que ele pare. Particularmente, não vejo problemas com o meu FS-GT2 nesse sentido, apesar de ele apresentar o mesmo efeito. Digamos que o problema está lá, mas para mim não interfere na pilotagem.

Sobre os ajustes disponíveis, temos trimm e reversão para os dois canais , e dual rate para o esterço (muito bom se você varia o estilo de pilotagem em um on-road entre drift e grip). Além disso, o rádio apresenta dois LED’s, um vermelho para indicar que está ligado e um verde para indicar quando a(s) bateria(pilhas) está(ão) ficando fraca(s). Coloco as duas opções pois a forma original de alimentação usa 8 pilhas AA, mas muitos modelistas costumam adaptar uma LiPo 3S de baixas descarga e amperagem. Este é o futuro do meu próprio GT2. Ainda, entre os dois LED’s fica o botão de binding, acionado por um pequeno palito incluído no pacote.

Na parte de trás, temos 2 entradas, uma delas para um carregador (no caso de se usar pilhas recarregáveis), e outra que funciona para o DSC (Direct Servo Conector), uma função defasada por conta do sistema 2.4GHz. Entretanto, usando-se um adaptador USB, essa entrada serve para conectar o seu GT2 no computador, para jogar simuladores de carros, ou mesmo de RC.

O receptor é muito pequeno (um dos menores que o Jang já viu em um sistema básico de rádio-controle). No pacote, está incluído o plug ou jumper para bindar o seu transmissor ao receptor. O processo é muito fácil, é só conectar o receptor ao ESC (devidamente alimentado por uma bateria, claro), plugar o jumper no canal 3 (ou canal de bind), ligar o ESC, usar o palito plástico incluído para apertar o botão de bind no controle e ligá-lo. Observe o LED no receptor, quando ele parar de piscar, quer dizer que o bind foi bem sucedido. No manual, o tempo informado para isso é 5 segundos, mas no caso do Jang, foi quase que imediato. O que o manual não diz é que você tem que desligar tudo, receptor e transmissor, e ligá-los novamente para o sistema funcionar.

O receptor, um dos menores do mercado. Modelos controláveis a mais de 400 metros

O receptor, um dos menores do mercado. Modelos controláveis a mais de 400 metros

Ao testar o controle, Jang usou um modelo seu, e relatou não sentir diferença entre o GT2 e o rádio que ele usa normalmente com aquele modelo. Há um pouco de delay nos comandos, mas é imperceptível para modelistas casuais.

Sobre o alcance, muitos perguntam qual a distância máxima de operação dos modelos com sistema 4.2GHz. Jang diz que o único fator de limitação nesse caso é o olho humano. Enquanto você consegue ver o modelo, você o controla. E mais além, pois o alcance chega, dependendo dos obstáculos entre o receptor e o transmissor, a mais de 400 metros. Em um rádio semelhante, num modelo Monster Truck 1/18, após duas quadras (aproximadamente 200 metros) eu ainda controlava o modelo, mas a cada parada, não sabia mais onde era a frente e a traseira, por conta da distância. Mas os comandos respondiam perfeitamente.

E é isso. O nosso anfitrião despede-se dizendo que se você é um modelista casual, ou está preocupado com o custo adicional de um sistema de rádio para substituir o seu modelo de 27MHz, você está com sorte. Este modelo é bom demais pelo seu preço.

Até o próximo artigo, aqui no High Voltage RC!

Aloha! Bem vindos a mais um post do HVRC!

Dessa vez vamos botar a mão na massa… ou seria na graxa?

Desde que comprei o meu Mastadon 1/18, a ideia de ter um RC para Drift começou a crescer na minha cabeça. Claro, 4 meses é muito pouco para se ter uma “história” no mundo do modelismo, mas mesmo assim eu já dei um jeito de realizar esse sonho. Ou quase.

Assim como nas linhas de eletrônicos em geral, normalmente temos marcas bem conhecidas. No RC, temos Traxxas, HPI, Kyosho, Team Associated, Team Losi… Estas são, de longe, as melhores marcas. Mas também temos aquelas marcas menores, menos conhecidas, e com um produto mais genérico. Tão genérico que compartilham algumas (ou todas) as peças. É o caso dessas marcas citadas no título. HSP, Himoto, Exceed, AMax, Hedcat, Iron Track, todas têm em comum pelo menos alguma coisa de seus modelos. Por exemplo, a Himoto e a Iron Track são a mesma marca, mas cada uma é vendida em uma parte do mundo (como a Opel e a GM/Chevrolet, que são a mesma empresa, mas uma atua na Europa e outra nas Américas).

E como normalmente acontece, as marcas genéricas têm um preço mais atraente aos “menos afortunados”, no real sentido do termo. Eu, por exemplo, pesquisei bastante e optei, por conveniência e capacidade financeira reduzida, por um HSP Flying Fish usado. Não faço ideia de quanto custa um novo, mas achei barato a minha versão “RTR upgraded” por R$ 480,00. Além do chassi, veio com ele o Fly Sky FS-GT2 (com receptor), um ESC HobbyKing, provavelmente 60A, um jogo de rodas e pneus para Grip, dois jogos de rodas e pneus para Drift, duas bolhas (uma judiada e outra boa) e duas baterias LiPO 2S 5000 mAh. Foi o início da realização do meu desejo!

Depois de comprar o carro e experimentar o drift RC pela primeira vez, percebi que podia melhorar o carro para melhorar a minha performance. Pesquisei em forums e no YouTube, e aprendi que o diferencial funcional do carro pode prejudicar o drift (apesar de ter vantagens incontestáveis no grip). Assim, bloquei (sim, o termo usado no meio é “bloquei”, e não “bloqueei”) os diferenciais, usando a curiosidade, a criatividade e alguns tutoriais da net. Mas como foi demorado e difícil encontrar esse auxílio, resolvi fazer esse post aqui com um passo-a-passo para liberar os diffs e blocá-los. Vamos aos passos:

!!IMPORTANTE!!

O trabalho prestes a ser executado é minucioso, e não tem nada a ver com o que acontecia quando éramos crianças, e desmontávamos nossos brinquedos, e quando montávamos denovo, faltavam peças. Qualquer peça esquecida na bancada pode prejudicar o desempenho do modelo, danificar outras peças ou, eventualmente, causar acidentes. Seja cuidadoso e organizado, especialmente com parafusos / porcas / peças pequenas. Além disso, tome cuidado com parafusos engripados, a força excessiva pode danificar a chave ou a cabeça do parafuso. Um desengripante e um pouco de paciência podem resolver, mas cuidado com produtos corrosivos. Afinal, o seu chassi tem partes de plástico.

1º: Para remover os diffs, você tem que soltar uma série de parafusos (19 na traseira e 18 na dianteira). Comece pelos seis que seguram o Upper Deck (na foto, a peça de ferro roxa). Isso facilita o trabalho;

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Parafusos do Upper Deck

2º: Na parte de baixo do chassi, você vai notar 6 parafusos na traseira. Remova-os todos (os 2 da extremidade prendem o pára-choques, e  os outros 4 seguram o diff case). Na dianteira são 7, pois há 3 parafusos segurando o pára-choques dianteiro;

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Parafusos da traseira – chassi

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Parafusos da dianteira – chassi

3º: Olhando para a traseira ou para a dianteira do modelo, remova os seguintes 8 parafusos: 2 no Body Post, 2 dos amortecedores (os de cima), 2 para soltar o diff case e 2 para soltar o conjunto da torre.

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Parafusos da traseira – suspensão

4º: Nesse ponto, o procedimento é um pouco diferente na frente e atrás. Na traseira não precisa desmontar completamente a suspensão, enquanto na frente é necessário, para se chegar ao último parafuso. Para a dianteira, remova os dois pinos do braço inferior da suspensão, e o suporte dos pinos;

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Removendo os pinos dos braços inferiores na susp. dianteira

5º: Aqui, você vai poder ver o último parafuso de cada diff case. Ele fica bem escondido, embaixo do diff case, atrás protegido pelo pára-choques, na frente pelo suporte dos pinos da suspensão. Remova-os;7

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Último parafuso do diff case

Agora tudo volta a ficar igual na frente e atrás. Vou mostrar só na frente, pois não tirei fotos do desmonte da traseira.

6º: Com todos os parafusos removidos, comece desencaixando a torre do amortecedor. Graças aos links da suspensão, você pode mover todo o conjunto para cima;

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Remoção da torre da suspensão

7º: Com tudo isso feito, já é possível remover a parte de fora do diff case. Mas atenção: remova apenas a parte de fora, não precisa remover todo o diff case;

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Diff case aberto, com o diferencial à mostra

8º: Retire o diff com todo o cuidado, e remova o rolamento e os 4 parafusos pequenos para abri-lo;

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Abrindo o diff

9º: Com ele aberto, comece a limpeza da engrenagem superior. Após, remova as engrenagens-aranha (duas engrenagens cônicas contrapostas em um eixo);

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Engrenagem superior, na tampa, e engrenagens-aranha

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Engrenagens-aranha

10º: Remova as travas das engrenagens da capa e do fundo do corpo, e retire as engrenagens;

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Engrenagem inferior, Clip-E, “copo” do dogbone e corpo do diff

11º: É hora da limpeza. Use um papel-toalha para remover a graxa do interior do diff e das engrenagens;

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Limpe bem, removendo todo o excesso de graxa

12º: Após, monte novamente a engrenagem do fundo e a engrenagem-aranha, mas não a coloque no lugar. Prepare o seu material blocante. Eu usei cola de silicone, dessas usadas na vedação de boxes de banheiro, montagem de aquários, etc. Ela tem um ótimo fator blocante, mas é de fácil remoção, além de não ser tóxica e secagem rápida (entre 10 e 15 min);

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Cola de silicone

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Preenchimento do corpo do diff

13º: Com a engrenagem do fundo montada, comece a preencher o corpo do diff com a cola. Pode colocar bastante, até quase a borda. Qualquer excesso será removido quando fechar;

14º: Coloque de volta a engrenagem-aranha, afundando ela na cola (cuidado com os encaixes, ou não vai entrar). Após, complete novamente com cola, até a borda;

15º: Monte novamente a engrenagem na tampa do diff, e espere secar um pouco a cola, mas não completamente. 3 a 5 minutos bastam. Remova o excesso de cola nos buracos dos parafusos;

16º: Após uma pré-secagem da cola, recoloque a tampa. Recoloque o diff no case, mas cuidado para não colocar virado ou esquecer de encaixar os dogbones;

17º: Finalmente, é só montar tudo. Não force as rodas, pois a secagem completa da cola é um pouco mais demorada, e qualquer movimento no diff pode fazê-la ceder. O ideal é fazer isso tudo de noite, antes de dormir, e só usar o modelo no dia seguinte, para uma secagem completa.

Ufa! 3 horas depois de começar, seus diffs já estão blocados! Tenha certeza de que não esqueceu nenhum parafuso perdido… hehehe

Bom, espero que esse tutorial ajude alguém, como as dicas que recebi principalmente do pessoal do Forum RC Elétrico. Por hoje é isso, um grande abraço e até a próxima!

Salve, salve, amigos modelistas!

Hoje inicio com grande orgulho uma pequena série de artigos, todos sobre modelismo, todos sobre automodelismo. Mas nem todos sobre o mesmo assunto.

Explicando melhor, cada artigo (que pretendo publicar semanalmente, se puder), vai falar sobre o hobby do qual tenho mais conhecimento. Sou um grande apreciador de outros tipos de modelismo, como ferromodelismo, aeromodelismo, nautimodelismo… mas minha experiência com esses tipos de hobby se limitam a observar, ler e tentar aprender. Com o automodelismo, apesar de não muito profunda, minha experiência vem de anos: desde o autorama, passando pelos modelos de brinquedo (brinquedo MESMO) e finalmente com automodelos propriamente ditos.

Nesse primeiro artigo, vou falar um pouco sobre a fronteira entre as duas diferentes classes de automodelos, ou mesmo de modelismo em geral: a classe “brinquedo” (toy-grade), e a classe “hobby” (hobby-grade). Ok, algumas pessoas podem perguntar “certo… mas e os modelos da classe hobby não são brinquedos também?”, e outras pessoas vão gritar com você dizendo “pô, cara! Tá comparando meu Traxxas Slash 4×4, com bateria LiPO e combo Mamba Monster com um brinquedo?”… Na verdade, na minha opinião (e na opinião de vários modelistas), os modelos hobby-grade são sim brinquedos, e o primeiro grupo vai fazer uma pergunta válida. Obviamente, se você procurar um modelo toy-grade, o mais caro que você encontrar deve custar aproximadamente o mesmo que um modelo de entrada hobby-grade. Como diz o nosso amigo Jang, do forum UltimateRC (e também do canal UltimateRCnetwork, no YouTube), os modelos toy-grade são feitos principalmente visando o público infantil, crianças até os 8 anos. E muitos pais vão torcer o nariz para modelos que podem custar 200, 300, 500 ou até 1.000 dólares para seus filhos, sobrinhos, etc.

O modelismo toy-grade merece muito respeito por duas razões:

 1º – Eles são encontrados praticamente em todos os lugares. Lojas de brinquedos, hipermercados, lojas de artigos importados… praticamente todas as maiores cidades de qualquer país têm um desses tipos de estabelecimento. E isso faz com que a indústria de modelos toy-grade gire MUITO mais dinheiro do que a indústria de modelos hobby-grade;

 2º – Os modelos toy-grade têm um preço muito mais atrativo do que um hobby grade, como já mencionado. Portanto, o que você acha mais fácil de encontrar na rua? Um modelo hobby-grade de mais de R$ 2.000,00 nas mãos de um adulto, ou um brinquedo de R$ 50,00 ou R$ 100,00 nas mãos de uma criança?

Por essas diferenças básicas, a indústria de modelos toy-grade merece respeito. Quando chegar na sua pista R/C local, ou onde quer que você ande, e ver uma criança brincando com o seu ultra-futurístico-plástico-barato-pilhas-sem-suspensão carrinho de controle remoto (eu realmente ODEIO essa expressão), nada de ficar zoando a criança (ou o jovem, ou o adulto) por conta do que faz ele se divertir. Incentive-o, mostre o seu modelo sem esnobar o dele, faça-o tirar o máximo proveito do seu brinquedo. Isso pode ser o bastante para que, no futuro, você tenha mais um amigo para tirar aquele raxa, ou sair fazendo bashing juntos.

Pois bem. Eu mesmo sou um exemplo deste tipo de coisa. Já tive um automodelo toy-grade, e quando levava ele ao aeroclube para ver os adultos voando seus aeromodelos, sempre tinha um ou outro que zoava o meu modelo com um hobby-grade, motor à combustão, suspensão ajustável… Mas a maioria se divertia junto comigo, especialmente os aeromodelistas, que pediam para acompanhar os aeromodelos enquanto taxeavam pela pista. Isso me incentivou a, anos mais tarde, partir para o meu primeiro automodelo hobby-grade, há cerca de 6 meses atrás. Como disse em outro post, não sou experiente como um modelista de 5, 10 anos, mas procuro absorver tudo o que posso, e transmitir a quem ainda não começou no modelismo. E se você, caro leitor que não tem qualquer automodelo, estiver passando em frente a uma loja de brinquedos e ver um “carrinho” que te desperte a atenção, compre se puder. Vá para a rua em frente à sua casa e divirta-se. E não de atenção para aquela rizadinha do seu vizinho, ele provavelmente nunca teve um desses, mas adoraria.

Bom, é isso. Na semana que vem, mais sobre automodelismo no segundo artigo da série. Até lá!

VOANDO NO CHÃO

 Modelistas

Quem por aí tiver 30 anos ou mais vai lembrar de um filme com um certo rapazinho, que veio a se tornar um dos melhores atores de ação de Hollywood. O tal ator era nada menos do que o Sr. Thomas Cruise Mapother IV, também conhecido pela alcunha de Tom Cruise. Conhecido por filmes como Minority Report, Missão: Impossível, Vanilla Sky e Dias de Trovão, o Sr Mapother IV interpretou, em 1986, o Tenente Peter Mitchell, ou “Maverick”, piloto da Força Aérea americana, que realiza um treinamento na famosa escola de ases Top Gun (também o nome do filme), que existe de fato.

Pois bem. Quem, como eu, tinha pouca idade quando viu o filme pela primeira vez, antes do advento dos jogos eletrônicos, botou a imaginação para funcionar a todo vapor, tentando idealizar as manobras efetuadas no filme por Maverick, Goose, Iceman e seus colegas pilotos, mas tudo de olhos fechados. Quem não daria um apêndice inflamado por uma chance de realizar aquelas manobras?

É… Para quem tem dinheiro de sobra, tempo e alguma paciência para aprender, a chance está aí. Claro, a única coisa que não vai estar no avião é você, mas a emoção pode ser tão grande quanto. É o aeromodelismo, um hobby dos mais famosos em existência.

Não vou comentar sobre a história do aeromodelismo, pois é um tanto confusa. Ninguém sabe exatamente como surgiu, então não vou falar sobre o que não sei. Vou me concentrar na parte prática, que já é bastante interessante.

Basicamente, existem 3 tipos de aeromodelos:

VCC

 – Os U-Control, ou VCC (Vôo Circular Controlado), que consistem em um modelo ligado a cabos e voando em círculos. O “piloto” fica em pé no centro e o modelo voa em volta dele, controlado pelos cabos;

Rádio

 – Os radio-controlados, mais conhecidos do grande público. Um modelo, um piloto e um controle remoto;

Papel

 – Os de vôo livre, que todo mundo já fez ou teve. São aviões lançados, sem controles, que podem ser movidos por motores, elásticos, ou mesmo sem motores. Os aviões de papel são o exemplo mais simples desses modelos.

 

Claro, no conceito de modelismo propriamente dito, o que lembramos primeiro é o radio-controlado. E ainda tem sub-divisões, baseadas no tipo de motor: modelos à combustão, modelos elétricos e planadores. Modelos à combustão podem chegar a escalas superiores a 1:2. Portanto, podem ser mais detalhados, normalmente usam motores 2-tempos e, na maioria, são fabricados em madeira ou fibra. A madeira usada é a balsa, muito leve e fácil de se trabalhar.

 Combustão

Os modelos elétricos são menores, têm vida útil reduzida, são mais silenciosos, não têm o inconveniente do cheiro de óleo 2-tempos, têm uma possibilidade maior de montagem de modelos bimotores, trimotores ou mais, e é mais barato para manter, já que não é necessário comprar combustível (se bem que uma ou duas baterias extras estendem consideravelmente o tempo de vôo, e não são nada baratas).

 Elétrico

Já os planadores são um caso a parte. O vôo em si não depende de motores, mas eles têm de alçar vôo de alguma forma. Podem ser rebocados por outros modelos ou por veículos terrestres, lançados (manual ou mecanicamente), ou mesmo ter um pequeno motor para colocá-los lá em cima, mas que não interferem no vôo em si. Algumas pessoas consideram o chamado vôo à vela radio-controlado mais divertido do que outras modalidades, pois caçar correntes ascendentes de ar quente pode ser um grande desafio. O pouso também é um pouco mais complicado, pois depende unicamente da sustentação da asa, sem possibilidade de arremeter no caso de algum problema.

 Vela

Os valores, como no modelismo em geral, variam bastante. Modelos simples de planadores com 2 canais podem ser adquiridos por menos de R$ 150,00, e modelos complexos, com motores a jato e escalas maiores podem chegar à dezenas de milhares de dólares. Mas o aeromodelismo tem a vantagem de a maioria dos componentes poderem ser confeccionados em casa, como fuselagem, ligações elétricas, etc. Para quem tem algum grau de conhecimento de engenharia e eletrônica, é possível (embora nem um pouco prático) construir 100% do modelo artesanalmente, inclusive servos e motores. Basta ter tempo de sobra e vontade.

Artesanal

 Na próxima matéria, vamos descer ao chão na carona do modelismo terrestre.