Arquivo da categoria ‘Elétrico’

3d image, conceptual battery, charging, low, fullSalve, amigos modelistas!

Nesse post vamos entrar num assunto “xocante”… Ok, o trocadilho foi péssimo, mas o assunto é importante e conhecer esta matéria é essencial para os modelistas dedicados a RC’s elétricos: as baterias.

Como o próprio nome já diz, os automodelos elétricos são alimentados por baterias de diferentes composições e especificações. Os 3 tipos mais comuns de bateria utilizadas no modelismo elétrico são a NiCd (Níquel-Cádmio), a NiMH (Níquel-hidreto metálico) e LiPO (Polímero de Lítio). As baterias NiCd têm a concepção mais antiga das três, enquanto a mais atual é a de LiPO. Vamos tratar sobre cada uma delas individualmente.

Minério de níquel

Minério de níquel

As baterias NiCd, ou Niquel-Cádmio substituiu as baterias chamadas de “acumuladoras de chumbo”, o primeiro tipo de bateria recarregável da história. Formada pelos dois compostos (níquel no pólo positivo e cádmio no polo negativo), estas baterias Estão quase desaparecendo do mercado; Ainda  que melhores do que as acumuladoras de chumbo, as baterias NiCd têm alguns inconvenientes que fazem dela um modelo extremamente ultrapassado:

– Efeito memória: os resíduos de carga da pilha induzem os carregadores a considerar que uma parte descarregada d abateria já está carregada, fazendo com que a capacidade total de carga da bateria seja menor a cada recarga;

– Menor capacidade: Com o mesmo peso e dimensões, uma bateria NiCd não armazena tanta energia quanto uma NiMH ou uma LiPO;

– Alto índice de toxicidade: O cádmio é um material extremamente tóxico, e baterias descartadas de forma imprópria podem contaminar o meio ambiente.

Bateria de Níquel-cádmio

Bateria de Níquel-cádmio

Cádmio, altamente tóxico

Cádmio, altamente tóxico

Já as baterias de NiMH, ou Níquel-hidreto metálico solucionam parcialmente esses inconvenientes. O cádmio do pólo negativo das NiCd é substituído por um outro componente, o hidreto metálico. Além de ser benigno ao meio ambiente, o hidreto metálico tem uma densidade energética maior do que o cádmio, resolvendo dois dos problemas das baterias NiCd. Entretanto, o reinado das baterias NiMH não foi eterno, e uma substituta foi apresentada nos últimos tempos.

Bateria de níquel-hidreto metálico

Bateria de níquel-hidreto metálico

As baterias de Polímero de Lítio (ou LiPO) são o atual estágio da evolução de acumuladores de energia recarregáveis. A denominação correta dessas baterias é Li-ion, ou “polímero de ions de lítio”, apesar de algumas pessoas considerarem esse como outro tipo de bateria. As LiPOs são mais leves, menores, têm maior capacidade de carga do que qualquer dos outros tipos de baterias citadas, e não são afetadas pelo efeito memória. Além disso, podem ser montadas de forma a gerar uma voltagem maior, com pouca variação de peso em relação às mais antigas. Cada célula de uma LiPO tem 3,7 Volts de corrente. Uma bateria com duas células (2S) tem, no total, 7,4 Volts, uma de 3 células (3S), 11,1 Volts, e assim por diante. Outra diferença é o formato das células: enquanto as NiCd e as NiMH têm células cilíndricas, uma LiPO tem células achatadas. Infelizmente, nem tudo são flores com relação às LiPOs. Se manuseadas, carregadas ou armazenadas de forma imprópria, podem aquecer, inchar e até mesmo explodir. Há vários vídeos no YouTube mostrando explosões de LiPOs, e inclusive lojas que vendem, além das baterias, sacos especiais de material não inflamável para armazenamento e carga das baterias.

Bateria LiPO

Bateria LiPO

Minério de Lítio

Minério de Lítio

Além dessas características, as LiPOs têm outras classificações: Amperagem (capacidade total de carga, medida em miliampéres, ou mAh), taxa de descarga (quantidade de carga liberada por hora, medida em “C”, sendo 1C = capacidade de carga total da bateria, em miliampéres) e “casing” (material que envolve as células). A capacidade varia muito, sendo as mais difundidas entre 2.000 mAh e 6.000 mAh. A taxa de descarga nas baterias mais simples é, normalmente, de 20C (20x a capacidade máxima, em mAh, por hora), mas em baterias usadas para competição pode chegar a 60C, 80C ou até mais. O casing pode ser tradicional (softcase, apenas um plástico fino e maleável segurando as células juntas) ou reforçado (hardcase, uma peça de plástico mais firme e mais espesso, que previne – até certo ponto – o inchaço e ameniza impactos). Estes fatores influenciam diretamente no valor a ser pago pela bateria, o que ainda é um ponto negativo por se tratar de uma tecnologia recente no mercado.

Uma LiPO se rebela contra o seu dono...

Uma LiPO se rebela contra o seu dono…

Agora tudo o que você tem a fazer é escolher o tipo de bateria que melhor atende às suas necessidades. Obviamente, a questão do custo deve ser levada em conta, eis que as NiCd são consideravelmente mais baratas do que as NiMH, que são ligeiramente mais baratas do que as LiPO.

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

Ainda há um importante ponto a se comentar sobre as LiPOs: o cuidado. As baterias vendidas comercialmente para a prática de algum hobby devem ser mantidas em locais com temperatura amena, dependendo do intervalo de uso precisam de uma carga específica, não devem ser perfuradas ou submetidas a impactos fortes ou pressão, não devem exceder a carga máxima suportada e principalmente, não devem ser descarregadas abaixo de 3 Volts por célula.

"Pilhas de pilhas"...

“Pilhas de pilhas”…

E é isso, pessoal. Espero ter sanado as dúvidas de alguém, pois acompanhando forums vejo muitas pessoas pedindo informações sobre o funcionamento das baterias, se elas servem prá tal e tal modelo… E tentei resumir o máximo de informações possível sobre esse assunto. E esperem mais matérias informativas, aqui no High Voltage RC!

VOANDO NO CHÃO

 Modelistas

Quem por aí tiver 30 anos ou mais vai lembrar de um filme com um certo rapazinho, que veio a se tornar um dos melhores atores de ação de Hollywood. O tal ator era nada menos do que o Sr. Thomas Cruise Mapother IV, também conhecido pela alcunha de Tom Cruise. Conhecido por filmes como Minority Report, Missão: Impossível, Vanilla Sky e Dias de Trovão, o Sr Mapother IV interpretou, em 1986, o Tenente Peter Mitchell, ou “Maverick”, piloto da Força Aérea americana, que realiza um treinamento na famosa escola de ases Top Gun (também o nome do filme), que existe de fato.

Pois bem. Quem, como eu, tinha pouca idade quando viu o filme pela primeira vez, antes do advento dos jogos eletrônicos, botou a imaginação para funcionar a todo vapor, tentando idealizar as manobras efetuadas no filme por Maverick, Goose, Iceman e seus colegas pilotos, mas tudo de olhos fechados. Quem não daria um apêndice inflamado por uma chance de realizar aquelas manobras?

É… Para quem tem dinheiro de sobra, tempo e alguma paciência para aprender, a chance está aí. Claro, a única coisa que não vai estar no avião é você, mas a emoção pode ser tão grande quanto. É o aeromodelismo, um hobby dos mais famosos em existência.

Não vou comentar sobre a história do aeromodelismo, pois é um tanto confusa. Ninguém sabe exatamente como surgiu, então não vou falar sobre o que não sei. Vou me concentrar na parte prática, que já é bastante interessante.

Basicamente, existem 3 tipos de aeromodelos:

VCC

 – Os U-Control, ou VCC (Vôo Circular Controlado), que consistem em um modelo ligado a cabos e voando em círculos. O “piloto” fica em pé no centro e o modelo voa em volta dele, controlado pelos cabos;

Rádio

 – Os radio-controlados, mais conhecidos do grande público. Um modelo, um piloto e um controle remoto;

Papel

 – Os de vôo livre, que todo mundo já fez ou teve. São aviões lançados, sem controles, que podem ser movidos por motores, elásticos, ou mesmo sem motores. Os aviões de papel são o exemplo mais simples desses modelos.

 

Claro, no conceito de modelismo propriamente dito, o que lembramos primeiro é o radio-controlado. E ainda tem sub-divisões, baseadas no tipo de motor: modelos à combustão, modelos elétricos e planadores. Modelos à combustão podem chegar a escalas superiores a 1:2. Portanto, podem ser mais detalhados, normalmente usam motores 2-tempos e, na maioria, são fabricados em madeira ou fibra. A madeira usada é a balsa, muito leve e fácil de se trabalhar.

 Combustão

Os modelos elétricos são menores, têm vida útil reduzida, são mais silenciosos, não têm o inconveniente do cheiro de óleo 2-tempos, têm uma possibilidade maior de montagem de modelos bimotores, trimotores ou mais, e é mais barato para manter, já que não é necessário comprar combustível (se bem que uma ou duas baterias extras estendem consideravelmente o tempo de vôo, e não são nada baratas).

 Elétrico

Já os planadores são um caso a parte. O vôo em si não depende de motores, mas eles têm de alçar vôo de alguma forma. Podem ser rebocados por outros modelos ou por veículos terrestres, lançados (manual ou mecanicamente), ou mesmo ter um pequeno motor para colocá-los lá em cima, mas que não interferem no vôo em si. Algumas pessoas consideram o chamado vôo à vela radio-controlado mais divertido do que outras modalidades, pois caçar correntes ascendentes de ar quente pode ser um grande desafio. O pouso também é um pouco mais complicado, pois depende unicamente da sustentação da asa, sem possibilidade de arremeter no caso de algum problema.

 Vela

Os valores, como no modelismo em geral, variam bastante. Modelos simples de planadores com 2 canais podem ser adquiridos por menos de R$ 150,00, e modelos complexos, com motores a jato e escalas maiores podem chegar à dezenas de milhares de dólares. Mas o aeromodelismo tem a vantagem de a maioria dos componentes poderem ser confeccionados em casa, como fuselagem, ligações elétricas, etc. Para quem tem algum grau de conhecimento de engenharia e eletrônica, é possível (embora nem um pouco prático) construir 100% do modelo artesanalmente, inclusive servos e motores. Basta ter tempo de sobra e vontade.

Artesanal

 Na próxima matéria, vamos descer ao chão na carona do modelismo terrestre.