Arquivo de agosto, 2014

Salve, amigos modelistas!

Venho trazer aqui uma novidade para o High Voltage RC: INTERATIVIDADE!

Pois é, resolvi abrir o HVRC aos amigos modelistas que acompanham o blog. Como o objetivo principal é o compartilhamento de informações, o blog agora vai estar aberto para receber a colaboração de qualquer modelista que tenha algo para compartilhar. Vou receber e publicar artigos de outras pessoas – com os devidos créditos, claro – e vamos dividir esse conhecimento todo que temos individualizado!

Para organizar tudo, criei algumas regras sobre como proceder com os textos. São apenas 10 pontos que abordei, é uma leitura rápida e importante, peço que todos leiam:

1º – Qualquer artigo relacionado a modelismo poderá ser enviado, desde que obedeça a certos critérios que serão elencados abaixo;

2º – Os artigos devem, a princípio, pertencer a uma das categorias abaixo, já criadas no site:
* Automodelismo;
* Aeromodelismo;
* Nautimodelismo;
* Helimodelismo;
* Plastimodelismo (miniaturismo).
* Marcas

3º – Os artigos poderão ter sub-itens, como os apresentados a seguir:
* Automodelismo:
* elétrico;
* à combustão;
* Tunning;
* Review (comentado ou próprio);
* Aeromodelismo:
* elétrico;
* à combustão;
* Tunning;
* Review (comentado ou próprio);
* Nautimodelismo:
* elétrico;
* à combustão;
* Tunning;
* Review (comentado ou próprio);
* Helimodelismo:
* elétrico;
* à combustão;
* Tunning;
* Review (comentado ou próprio);
* Nautimodelismo:
* elétrico;
* Tunning;
* Review (comentado ou próprio);
* Plastimodelismo:
* construção;
* Review (comentado ou próprio);

4º – Novas categorias ou sub-itens poderão ser aceitos, a critério do organizador do blog;

5º – Quaisquer artigos enviados serão submetidos à avaliação de correição gramatical e verificação das informações. Artigos de review transcrito (simples cópia do que foi escrito/falado) não serão aceitos;

6º – O colaborador que enviar ao menos 3 artigos aceitos e publicados ganharão um espaço próprio junto às categorias do blog. A quantidade poderá ser alterada conforme necessidade/possibilidade. Um pequeno cabeçalho poderá ser feito padronizadamente, identificando o autor, com algumas informações básicas (como Estado onde mora, idade e profissão);

7º – O colaborador poderá usar o próprio nome, pseudônimo ou ambos para identificação. Não serão publicados artigos anônimos, e o blog se reserva ao direito de publicar qualquer material enviado que não tenha identificação. A critério do autor, poderá ser acrescentado ao artigo alguma forma de contato, preferencialmente endereço de email (mas também serão aceitos links de redes sociais). Não serão aceitos números de celular, para a própria proteção do autor;

8º – Serão aceitos artigos em qualquer mídia, com fotos e vídeos. Porém, deverá haver algum comentário escrito a respeito, como uma apresentação do material publicado. Este comentário deverá ser escrito pelo próprio autor do artigo;

9º – O autor pode solicitar que o artigo seja apagado do blog. A solicitação será analisada levando-se em consideração a visibilidade auferida pelo artigo, a relevância para o blog e o número de comentários, se houver algum;

10º – A opinião do autor será sempre respeitada, mesmo quando expressar desgosto com alguma marca ou modelo específico. Entretanto, é vedado o uso de termos ofensivos, linguagem de baixo calão, informações sem procedência (dizer que não gosta da marca “X” simplesmente porque não gosta) e artigos com finalidade de merchandising. Haverá, futuramente, uma parte do blog destinada a este fim.

Pois bem, pessoal. Caso queiram ver algum artigo publicado, é só mandar via email para highvoltagerc@live.com, e eu irei analisar para postar depois.

Salve, amigos modelistas!

 

Turnigy Mini Rally Extreme Edition - 1/16 Rally electric car

Turnigy Mini Rally Extreme Edition – 1/16 Rally electric car

Vamos a mais um review feito exclusivamente pelo seu amigo que vos escreve! E esse review vai fundo, pois é um dos modelos que eu possuo e já conheço bem: o Turnigy Mini Rally Extreme 1/16

 

A bolha lembra os Peugeot 206 WRC

A bolha lembra os Peugeot 206 WRC

O modelo é basicamente um on-road escala 1/16, com a suspensão levemente elevada e pneus com padrão misto (tanto para asfalto quanto para terra), por isso sendo considerado um modelo rally. Mas se você acha que ele poderá fazer um bashing nervoso, melhor esquecer. Mesmo com a suspensão mais elevada, a escala não permite enfrentar muito mais do que uma estrada de chão batido, no máximo com uma poeira fina por cima. Cascalho? Esqueça. Pedras? Nem pensar.

 

Suspensão levemente elevada, pode ficar mais alto do que nesta foto

Suspensão levemente elevada, pode ficar mais alto do que nesta foto

Esse modelo brilha mesmo é no asfalto. Com características puramente on-road, o carrinho é um míssil! O ESC original (25A 2s-3s com ré), complementado pelo motor brushless inrunner 2040 de 4800KV na versão Extreme, dando ao pequeno modelo desempenho semelhante ou até superior a modelos de entrada escala 1/10.

 

Motor Brushless Inruner 2040 - 4800KV (na foto, em preto, no carro, azul)

Motor Brushless Inruner 2040 – 4800KV (na foto, em preto, no carro, azul)

O chassi é outro ponto forte desse modelo. Muito leve e feito em fibra de vidro (ao contrário da versão normal, com chassi de plástico), resiste bem e tem lugar para todos os componentes. Simples e funcional. A tração integral é providenciada por dois diferenciais ligados por um eixo cardã, com slipper clutch junto à coroa. Mais sobre isso adiante.

 

Chassi em fibra de vidro, mas parece fibra de carbono. Leve e resistente.

Chassi em fibra de vidro, mas parece fibra de carbono. Leve e resistente.

Suspensão ajustável? Claro, por que não? Apenas Camber e Toe na dianteira e Camber na traseira, com direito a barras estabilizadoras (um luxo para modelos nessa escala, e até para alguns 1/10), mas já permite ajustes para o tipo de pista que você vai enfrentar. Braços em alumínio garantem resistência e um look mais “profissional” ao modelo. Os pneus são macios e têm um padrão agressivo que dá uma cara de “topa-tudo” ao modelo, como em um carro 1/1. Têm um ótimo grip, muito melhor do que a maioria dos modelos RTR. Rodas pintadas em laranja (na versão normal, em verde), com adaptadores hexagonais em plástico (up em alumínio disponível na própria HobbyKing). Os HEX’s são de 8 mm, mas várias pessoas trocam pelos de 12 mm com poucas modificações. Ainda não tentei isso, mas pretendo logo logo. Amortecedores com regulagem (rosca) permitem deixar o modelo mais alto ou mais baixo, e têm corpo em alumínio para aumentar a resistência a choques.

Braços da suspensão em alumínio

Braços da suspensão em alumínio

Amortecedores com regulagem de altura (rosca)

Amortecedores com regulagem de altura (rosca)

Pneus de uso misto: agarram muito!

Pneus de uso misto: agarram muito!

suspensão traseira, com a barra estabilizadora

suspensão traseira, com a barra estabilizadora

Bom, mas como nem tudo são flores, o modelo tem alguns pontos fracos. Já mencionei a respeito da pouca altura do chassi em relação ao solo, que limita a ação off-road do modelo. Outros problemas são os diferenciais e a coroa. Os diffs, seja por falha na concepção ou na montagem, não duram muito tempo. Os dentes das engrenagens costumam dar problemas, o que obriga alguns modelistas a travar os diffs ou repor as peças com certa frequência. A coroa, por sua vez, tem uma falha crônica, não diretamente dela: O local onde ela fica no chassi tem um recorte, para que ela caiba sem encostar em nada. Esse recorte deixa a coroa exposta ao chão, o que pode causar muita dor de cabeça se você anda com o modelo em areia, terra ou cascalho fino. A chance de entrar alguma sujeira entre a coroa e o pinhão é grande, e isso vai, certamente, danificar um ou outro. As coroas em si não são tão caras (em média R$9,00 no Mercado Livre, e R$2,19 na Hobby King, em ambos sem contar o frete), mas ninguém quer passar 30 minutos desmontando tudo e montando novamente para andar 5 minutos e já dar problema. Existe, porém, uma versão dessa coroa em aço, mas custa muito mais (encontrei apenas na Tecnew Hobby, por R$80,00, fora o frete!). Entretanto, é uma solução definitiva, pelo menos para a coroa – o pinhão que se cuide… hehehe.

Spider gears do diff

Spider gears do diff

Engrenagem principal do diferencial

Engrenagem principal do diferencial

Pinhão original 15T

Pinhão original 15T

Ainda, se você, como eu, não é nem de longe fã de parafusos Phillips, prepare-se: a maioria dos parafusos do Mini Rally são desse tipo, com alguns parafusos Allen aqui e ali. Além disso é fácil espanar as roscas onde os parafusos  encontram o plástico: o uso de thread lock é quase obrigatório em uma manutenção pré-uso. Fora os parafusos que ficam no assoalho, recomendo a substituição dos Phillips por Allens onde for possível.

Em suma, medindo os pontos positivos (desempenho, preço x diversão, facilidade de encontrar peças de reposição) e os pontos negativos (coroa, diferenciais, limitação no off-road), o modelo, na minha opinião, é uma boa compra. Pelo menos é uma boa alternativa aos modelos 1/10, mais caros e nem sempre tão fáceis de manter. O bom é que, com pouco investimento, você pode ter um modelo 1/16 que faz drift! A própria Hobby King vende um kit com diferenciais blocados e rodas com pneus de plástico, além de HEX’s de 12mm – o que permite usar pneus de 1/10 sem maiores adaptações.

Kit de conversão para drift, à venda na Hobbyking

Kit de conversão para drift, à venda na Hobbyking

E é isso para esse modelo. Aguardem mais reviews logo logo, aqui no High Voltage RC!

 

P.S.: As fotos são do próprio site da Hobby King, o meu modelo anda meio “judiado” prá fazer fotos… hehehe

Salve, amigos modelistas!

Não sei se já mencionei aqui no blog, mas vou contar a história de quando tive contato com modelismo profissional pela primeira vez. à primeira vista, pode não ter a ver essa história com o título do post, mas vocês vão entender.

Há muitos e muitos anos, numa galáxia muito, muito distante… quer dizer, na casa de um ex-colega meu do ensino fundamental… Estávamos eu e ele jogando X-Wing vs Tie Fighter no PC, quando o pai dele chega, e ele me chama prá ir ver uma coisa “MUITO MASSA”, como ele mesmo colocou. Eu já sabia que o pai dele era meio “Professor Pardal” naquela época (por causa da luz de ré da Brasília deles: um farol de milha de um outro carro), e já imaginava qual seria a invenção da vez. Fui com ele até a garagem da casa, onde ele me mostrou um imenso carro de rolimã, daqueles feitos em casa, mas MUITO bem feitos: O freio consistia em uma espia de bicicleta, que puxava um cabo de vassoura com duas balacas de alumínio, que pegavam no exterior do rolamento traseiro, e era acionado por um manete de freio velho, também de bicicleta. Isso me deixou enlouquecido, e eu pedi “Ok, vamos testar!”, ao que o meu amigo responde “Vamos sim, mas quando o pai sair prá ir no aeroclube”. Imaginei mil coisas, como o carrinho sendo puxado pela Brasília na pista de pouso e decolagem do aeroclube local. Claro que não era isso, mas eu imaginei mesmo assim. E começamos a ajudar o pai dele nos preparativos para ir ao aeroclube, carregando no carro, além do carrinho de rolimã, dois volumes embrulhados em panos, com mais de 1m de comprimento cada, e uma caixa esquisita de madeira, com alça e uma “forquilha” de cada lado (prá quem não sabe, forquilha é um pedaço de madeira em “Y”).

Chegamos ao aeroclube, e enquanto o pai do meu amigo tirava os embrulhos e a caixa, eu e meu amigo tirávamos o carrinho de rolimã da Brasília. Admiramos um pouco a “engenharia” do carrinho, sempre ouvindo uns zunidos ao longe, e quando nos demos por conta, várias pessoas estavam por ali com controles nas mãos, olhando prá cima. Dali a pouco, um ronco/zunido grave começou ao nosso lado, e foi ali a primeira vez que vi um aeromodelo ao vivo. Os embrulhos que o pai do meu amigo trouxera eram a fuselagem e a asa de um aeromodelo, e a caixa com as forquilhas era a caixa de campo. Só que o modelo não se parecia com qualquer avião que eu conhecesse (e isso que eu era viciado em Flight Simulator na época), e descobri que o pai do meu amigo fez toda a estrutura na garagem de casa, com madeira balsa e pedaços de plástico reaproveitado.

Agora, depois desse “conto histórico”, vou explicar o que vai ser apresentado nesse post. Todos os modelistas e a maioria dos aspirantes sabem que os modelos que usamos (autos, aeros, helis, nautis, ferro, etc…) podem ser adquiridos em lojas, e têm marcas próprias. Ou seja, saem de uma linha de montagem, ou no máximo, vêm com todas as peças prontas para serem montados. Mas o que mais impressiona nesse nosso hobby são os modelos construídos pelos próprios modelistas. Salvo algumas peças mais complexas e difíceis de serem produzidas (como servos, motores e pneus, por exemplo), todo o resto pode ser feito em uma oficina com um mínimo de ferramentas e os materiais certos.

Oficina de um modelista (ok, de um completo VICIADO em modelismo, não de um modelista de fim de semana... hehehe)

Oficina de um modelista (ok, de um completo VICIADO em modelismo, não de um modelista de fim de semana… hehehe)

E é sobre esse assunto que vamos falar hoje, no que promete ser o post mais longo que eu já coloquei no blog: modelos DIY. A sigla DIY (pronuncia-se “di-ai-uái”) vem do termo “Do It Yourself”, ou “Faça Você Mesmo”. São modelos construídos com materiais reciclados, ou mesmo novos específicos para esse fim, levando-se em conta dois fatores principais: a engenharia e a criatividade.

Chassi customizado

Chassi customizado

Muitos modelistas começaram com modelos pré-fabricados, com marcas conhecidas (Traxxas, HPI, Axial, Tamiya, Team Losi, etc). O segundo passo, normalmente, é a customização desses modelos: um eixo de outra marca, um motor mais forte, um amortecedor maior ou diferente, entre outras coisinhas que se podem adicionar (os chamados hop-ups). O próximo passo natural é construir você mesmo estruturas que possam substituir alguns desses componentes: um chassi alongado, um novo local para montar a bolha ou a suspensão, um sistema de transmissão…

Não que seja impossível, mas é muito difícil que um leigo, apenas com vontade, inicie sua vida no hobby por esse estágio. Normalmente o modelo vai ter deficiências que não teria se o modelista já tivesse experiência com modelos já projetados por outras pessoas. Desde saber onde é possível fixar um amortecedor, até entender que a distribuição de peso no chassi é mais eficiente desse ou daquele jeito.

Modelo à combustão quase que 100% custom

Modelo à combustão quase que 100% custom

E temos exemplos brazucas de engenharia RC, como o amigo Daniel (dz7modelismo), do forum do RC elétrico. Ele é responsável por um projeto que faz um crawler do zero (quase que literalmente), desde concepção do chassi a estudos de posicionamento de peças. O link para o projeto dele é este aqui. Segue agora a contribuição dele:

– Nome:
Daniel (dz7modelismo no Forum do RC Elétrico)
– Idade:
36
– Onde mora:
Lages – SC
– Profissão:
Autônomo
– Quando começou no automodelismo?
Ainda criança, acompanhando meu pai.
– O que motivou você a iniciar esse projeto DIY?
Sempre gostei de construir coisas e desde criança acompanhava meu pai nos projetos dele, que foi meu grande incentivador.
– O que recomenda a quem quer fazer algo assim algum dia?
Primeiro, deve-se ter curiosidade, ler bastante sobre o que tem interesse. Partindo daí, com algumas ferramentas básicas e uma boa ideia na cabeça, mãos à obra! Um projeto pode levar minutos, dias ou anos. Podem ser utilizados os mais variados materiais, que podem ser novos ou aproveitamento de sucatas.Hobby, hoje em dia, é um fuga para o STRESS do dia a dia, principalmente nos grandes centros. O primordial é liberar aquela vontade que tínhamos quando crianças, e pra quem viveu em um tempo onde as brincadeiras eram na rua (e não com celulares, computadores e vídeo games), fica mais fácil e prazeroso, é como voltar no tempo, uma brincadeira “de gente grande”!

Projeto iniciado pelo Daniel (dz7modelismo) - planejamento antes de tudo!

Projeto iniciado pelo Daniel (dz7modelismo) – planejamento antes de tudo!

Além do Daniel, o Wallison (Wally BH) também realizou um feito extraordinário. Um modelo 6×6, baseado no Axial SCX10, mas que aproveita apenas um pouco do modelo. Quase tudo é customizado, a começar pela “bolha”, se é que podemos chamar de bolha aquela obra de arte. Confiram aqui o que o Wally fez, e abaixo o depoimento dele:

– Nome:
Wallison Cunha (Wally BH no Forum do RC Elétrico)
– Idade:
38
– Onde mora:
Belo Horizonte, MG
– Profissão:
Engenheiro Civil
– Quando começou no automodelismo?
Já mexia com aero desde os 11 anos e com auto, modalidade Crawler desde 2007.
– O que motivou você a iniciar esse projeto DIY?
Sempre gostei de construir e arriscar. No caso do automodelismo, os preços proibitivos de algumas pecas especificas no Brasil e o alto custo de importação e das pecas em escala. No caso do caminhão, a vontade de fazer algo diferente também definiu as características do projeto.
– O que recomenda a quem quer fazer algo assim algum dia?
Recomendo muita, muita pesquisa, um bom projeto para não se perder na sequência de montagem, boas ferramentas e muita paciência. Não se pode ter pressa. Embora vc planeje tudo, muita coisa só se consegue experimentando. Então, se não ficar bom refaça tudo do zero.

Chassi do "Axial MAN", projeto customizado do Wally BH

Chassi do “Axial MAN”, projeto customizado do Wally BH

O mesmo chassi, já com a eletrônica

O mesmo chassi, já com a eletrônica

Começando a tomar forma, a carroceria (porque "bolha", prá mim, é de plástico, policarbonato, etc...)

Começando a tomar forma, a carroceria (porque “bolha”, prá mim, é de plástico, policarbonato, etc…)

Aí o MAN terminado

O MAN terminado

Aí o modelo na trilha... excelente trabalho!

Aí o modelo na trilha… excelente trabalho!

Outro amigo forista, o Antonio Carlos (ACRDurao), modificou um Axial EXO para se tornar um puro crawler, apesar da suspensão independente na dianteira. Vejam como foi o desenvolvimento do projeto (inclusive com a alteração quase que completa do chassi), e vejam que ele quase desistiu, mas foi em frente apesar das dificuldades! Olha o que ele diz:

– Nome:
Antonio Carlos (ACRDurao no Forum do RC Elétrico)
– Idade:
35
– Onde mora:
Londrina, PR
– Profissão:
Técnico em Automóveis
– Quando começou no automodelismo?
Fevereiro de 2014. Durante minhas férias, foi mais barato que a viagem pro litoral hehehe.
– O que motivou você a iniciar esse projeto DIY?
Não gostei de altas velocidades e resolvi alterar para uma outra categoria, Crawler com suspensão independente.
– O que recomenda a quem quer fazer algo assim algum dia?
Prepare o bolso e arrume tempo para pesquisas.

o Axial EXO, na forma original

o Axial EXO, na forma original

O EXO, já com as alterações no chassi, com a angulação ampliada

O EXO, já com as alterações no chassi, com a angulação ampliada

O novo chassi do EXO, reforçado

O novo chassi do EXO, reforçado

 E para abrilhantar ainda mais esse post, vou trazer para vocês, além das imagens e dos exemplos já mostrados, os depoimentos da pessoa que foi uma das minhas inspirações no automodelismo: Aaron, mais conhecido como djmedic2008, dono do canal RC Adventures, no You Tube. É dele, em conjunto com alguns colaboradores, um projeto chamado HD Overkill. Trata-se de um modelo 6x6x6, com esterço e tração em todas as rodas, quase que totalmente customizado. Estamos falando de 5 ESC’s, 4 motores Tekin 412 ROC Brushless, simuladores de fumaça e som de motor diesel, sistema de remoção de neve (uma pá com um sistema que “sopra” a neve pela lateral)… Um dos mais completos e complexos projetos que já vi. Segue o depoimento, em palavras próprias, tanto original quanto traduzido:

– Nome:
Aaron Bidochka / DJ MEDiC
– Idade:
Currently, I am ageless, due to having a Great hobby like Radio Control 😉 I’m 37
Atualmente, eu sou imortal, por ter um grande hobby como o RC 😉 Eu tenho 37
– Onde mora:
Western Canada, in the Province of Alberta
Oeste do Canadá, na província de Alberta
– Profissão:
 I am the Executive Producer, Host and Editor of a web based film series aptly named “RC ADVENTURES”. RC Adventures is the premier provider of original, aggregated and viral video content surrounding the Radio Control Hobby industry on YouTube.
Eu sou o produtor executivo, apresentador e editor de uma série de filmes na web, apropriadamente chamada “RC Adventures”. RC Adventures é o principal fornecedor de conteúdo original, agregado e viral, em vídeo no YouTube, em torno da indústria do hobby rádio-controlado.
– Quando começou no automodelismo?
My first Radio Control Car was a Nikko in 1988!
O meu primeiro carro rádio-controlado foi um Nikko, em 1988!
– O que motivou você a iniciar esse projeto DIY?
I started doing custom builds in 2009, on YouTube. I was the first video producer to build a scale RC 4×4 Truck on video (YouTube) for the world to see.  I was very inexperienced with the camera, and production at that time.. but my love for the hobby pushed me forward to make the video series. Very exciting for me, but I was so nervous! Here is my first build video : (segue link abaixo)
Eu comecei a fazer a construção de modelos customizados em 2009, no YouTube. Eu fui o primeiro produtor a construir um RC 4×4 em escala em vídeo (YouTube) para o mundo ver. Eu era muito inexperiente com a câmera e a produção naquela época.. mas o meu amor pelo hobby me motivou a fazer a série de vídeos. Foi muito excitante, mas eu estava tão nervoso! Aqui está o meu primeiro vídeo de construção: (segue link abaixo)
– O que recomenda a quem quer fazer algo assim algum dia?
Absolutely! Make sure to be educated about the products you need. Usually, if you are building a “kit”, (meaning its comes with no electronics) Then you still will need a variety of supplies to complete. Ensure that you are getting something you are excited about, as building an RC car, truck or any type of vehicle – it can be a challenge. But, perseverance, planning and dedication will provide hours and hours of delight!
Claro! Certifique-se de tomar conhecimento sobre os produtos que você precisa. Normalmente, se você está construindo um “kit” (quer dizer que ele vem sem eletrônica), então você vai precisar de uma variedade de itens para terminar. Tenha certeza de que está fazendo algo que você está animado para fazer, como construir um carro, caminhão, ou qualquer outro tipo de veículo RC – isso pode ser um desafio. Mas perceverança, planejamento e dedicação vão lhe dar horas e horas de prazer!

Esse é o Aaron (DJ Medic), um canadense loucão, que fez do hobby a profissão (ainda chego lá... hehehe)

Esse é o Aaron (DJ Medic), um canadense loucão, que fez do hobby a profissão (ainda chego lá… hehehe). Acima, o primeiro vídeo postado por ele no YouTube, em 2009.

Aqui o esqueleto do HD Overkill: chassi customizado 6x6x6 (6 "rodas" tracionadas com esterço)

Aqui o esqueleto do HD Overkill: chassi customizado 6x6x6 (6 “rodas” tracionadas com esterço)

O HD Overkill pronto, inclusive com simulador de fumaça e sons de motor diesel

O HD Overkill pronto, inclusive com simulador de fumaça e sons de motor diesel

Aqui, o HD Overkill com rodas e pneus "normais", do jeito que deve ser: SUJO!

Aqui, o HD Overkill com rodas e pneus “normais”, do jeito que deve ser: SUJO!

Bom, pessoal. Como todos que deram seus depoimentos disseram, a base para ter sucesso na construção do seu modelo é conhecer o que se está fazendo. Invenções próprias, “gambiarras” e aquele “jeitinho” podem ajudar muito, mas não se pode desprezar anos e anos de falhas e sucessos, tanto na indústria quanto na experiência de modelistas mais antigos. Pesquise, informe-se e planeje bem o que se vai fazer na bancada, na oficina, ou como eu mesmo, na área de serviço de casa, de costas pro tanque… hehehe

E é isso para esse post. Logo logo pretendo escrever sobre um pequeno projeto DIY que estou fazendo, com registros de fotos e tudo! E aguardem mais matérias, reviews, comentários e, se tudo der certo, interatividade por parte dos leitores aqui do High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas!

Estou aqui para apresentar a vocês, em um post bem menor do que o normal, uma das minhas fontes de inspiração para iniciar de fato no hobby. Muitos talvez já conheçam o que eu vou mostrar, mas todos que gostam de RC deveriam conhecer. E é por isso que eu apresento a todos o fantástico site RCSparks Studio!

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O estúdio RCSparks e o canal RC Adventures são administrados por Aaron (djmedic2008), um canadense maluco por RCs já há vários anos, e que prima por uma coisa: diversão! No canal RCAdventures, você vai ver vídeos produzidos 100% por Aaron, mostrando desde modelos stock de vários tipos de modelos, de auto a nauti, passando por máquinas pesadas (patrolas, escavadeiras e caminhões) até modelos construídos por ele e pela equipe “secreta” do RCSparks (assista aos vídeos e você vai saber porquê das aspas). Recomendo especialmente os vídeos no qual ele compartilha suas “aventuras radio-controladas” com sua esposa Jen, mostrando que as nossas companheiras não precisam brigar com a gente quando ficam sabendo o valor de um RC: elas podem se juntar a nós!

Bom, vou deixar vocês para se entreterem com os vídeos desse louco. Visitem o site (RCSparks Studio) e o canal no Youtube (RC Adventures) e divirtam-se babando nas máquinas desse cara!

Salve, amigos modelistas!

Vamos iniciar mais uma pequena série, agora de utilidade pública. Temos vários modelistas que iniciaram comprando um modelo usado de algum conhecido, ou em algum forum mesmo (meu caso). Mas quando a gente começa a gostar da brincadeira, aparece a necessidade de peças de reposição, upgrades, ou mesmo modelos novos. E é aí que a cabeça começa a ferver. E aparece aquela dúvida maldita: onde comprar?

Pois bem, vou iniciar esse post com o local onde iniciei minha jornada no mundo do modelismo. Foi nessa loja que eu comprei um helicóptero 3.5 ch com gyro (uma experiência frustrante) e o meu primeiro modelo, um Himoto Mastadon 1/18. A primeira compra foi no local, e a segunda compra foi uma encomenda.

Espera um pouco, esqueci de mencionar que loja é essa! É a Gaba Hobby, localizada em Ciudad Del Este (PY), no primeiro shopping à esquerda de quem passa pela alfândega. Foi muito fácil encontrar esta loja, fica no primeiro andar do shoping, é a penúltima loja do corredor. Eu me interessei por uma loja ao lado, com artigos de softball e paintball, e quando vi a vitrine da Gabba, na hora entrei e comecei a perguntar os preços.

A Gaba é uma loja de médio porte (comparando com lojas de modelismo que vemos por aí na internet). Tem um bom estoque dos mais variados tipos de modelismo, mas não se engane: não é lá que você vai achar os modelos mais avançados ou sonhos de consumo. A especialidade da loja são modelos genéricos, fabricados por empresas que usam chassis de outras marcas (os famosos genéricos). Até se encontram Tamiyas e Traxxas, mas não é uma gama tão grande.

Vamos avaliar 4 quesitos das lojas: Primeiro, se possui e como é a loja física; Segundo, se possui e como é o site para pesquisa ; Terceiro, se vendem pelo correio e quais são as formas de pagamento/envio; Quarto, que variedades de modelos possuem, e como é a parte de peças de reposição.

No primeiro quesito, a Gaba possui sim loja física. Como mencionado, fica em Ciudad Del Este, grande centro de compras na fronteira com o Paraguai, Vizinha da cidade turística Foz do Iguaçú, no oeste do Paraná. Se você mora na região sul, provavelmente conhece alguma empresa de turismo que faz viagens para visitação às cataratas e compras no Paraguai. A loja é bem organizada, ao contrário das demais lojas de Ciudad Del Este. O atendimento é bastante impessoal, e os vendedores parecem conhecer o básico de modelismo (inclusive testam os modelos para você antes de concretizar a venda).

Sobre ter um site de pesquisa de produtos, a resposta é sim. Mas o site não é atualizado tão frequentemente, e a disponibilidade de produtos não condiz 100% com a realidade. Alguns que constam como “Em estoque” não estão disponíveis, assim como outros que constam como “Em falta” estão de fato lá. A navegação é razoavelmente fácil, mas a descrição dos produtos não é padronizada, tornando difícil a identificação dos modelos que se está observando.

Infelizmente, a Gaba não realiza vendas online. Isso torna a Gaba uma opção apenas para quem vai até o Paraguai. Na sessão “como comprar” do próprio site, eles explicam como pode ser realizada a compra. É possível, inclusive, pedir orçamentos e fazer pedidos por telefone ou fax, através do Departamento Comercial da loja. Eles aceitam pagamentos em reais e dólares, inclusive com cartões de crédito internacionais, mas não trabalham com cheques. Outro inconveniente para nós, brasileiros, é que o pagamento só pode ser feito à vista (não especificam se o parcelamento no cartão é possível, mas deve ser).

Por último, a variedade de modelos é razoável, como já disse ainda. Artigos das mais variadas formas de modelismo são encontrados por lá, mas como eu disse, apenas algumas marcas. Por exemplo, é fácil encontrar a maioria dos modelos Himoto, mas os Axial, ao contrário, não aparecem no site. Eles têm uma sessão específica de peças de reposição por tipo de modelo, além de peças diversas e ferramentas de campo e de oficina. Mas encontrar a peça certa para o seu modelo pode ser um exercício de paciência.

Enfim, uma loja para quem está começando, vai ao Paraguai e quer um modelo genérico com um custo razoavelmente justo. A nota geral da minha avaliação, baseada nas experiências que eu tive, nos prós e nos contras, é um sonoro 6,0

Logo vou colocar mais avaliações de outras lojas, mesmo que eu não tenha comprado delas. Vou usar as opiniões que coletei no Forum do RC Elétrico, e em outros locais pela net. Aguardem!

020Salve amigos modelistas!

Ou melhor, eu devia dirigir a saudação aos amigos que não são modelistas ainda, mas que querem ser e estão em dúvida sobre qual modelo comprar. Acompanhando o forum do RC Elétrico desde o fim de 2012, pude notar que esta é a dúvida que mais aparece por lá. E para centralizar o conhecimento adquirido lendo todos os posts com o título “Sou iniciante, qual eu compro?”, resolvi criar este pequeno artigo. Pois vamos lá.

Primeiramente, é quase que unânime a opinião dos já “iniciados” no modelismo, no que diz respeito a pontuar que O AUTOMODELISMO É UM HOBBY CARO! Esqueça os carrinhos de controle remoto que você encontra em qualquer loja de brinquedos por valores entre R$ 50,00 e R$ 150,00. Se você quer modelos que vão lhe proporcionar peças de reposição, muito mais tempo de uso por carga de bateria (os brinquedos andam, no máximo, 10 min, contra pelo menos 20 nos automodelos com baterias NiMH) e desempenho mais realista, prepare o bolso e os ouvidos: você vai gastar muito, e ainda ouvir bastante dos pais/namoradas/esposas. Um automodelo básico, genérico, em escala pequena (1/18), pronto prá andar, custa (novo) na base de R$ 500,00. E estamos falando de modelos com motores escovados, baterias NiMH, “combinhos” (ESC, servo e receptor no mesmo componente)… Portanto, o primeiro passo é se conscientizar e determinar: QUANTO QUERO GASTAR NO MEU PRIMEIRO MODELO.

Quer um desses? Esteja pronto prá desembolsar aprox. US$10.000,00

Quer um desses? Esteja pronto prá desembolsar aprox. US$10.000,00

Em segundo lugar, é imperativo determinar se você vai andar sozinho ou com amigos. Andar sozinho não é tão agradável quanto andar com companhia. Mas sim, é possível, e sim, é divertido. Nesse caso, qualquer modelo que você compre pode render momentos muito agradáveis e relaxantes. Mas se você vai andar com outras pessoas, leve em conta que eles vão usar model0s específicos. Então, pesquise quais modelos eles estão usando, pergunte opiniões, se informe sobre preços, disponibilidade de peças, upgrades possíveis, etc. Dessa forma, determinamos o segundo passo, que é: VOU ANDAR SOZINHO OU ACOMPANHADO.

Andar sozinho pode ser divertido...

Andar sozinho pode ser divertido…

... mas andar em grupo pode ser MUITO MAIS!

… mas andar em grupo pode ser MUITO MAIS!

Agora é a hora de analisar cuidadosamente onde você vai botar o seu dinheiro, no sentido de verificar a disponibilidade de locais propícios para andar com o seu modelo. Aqui no sul, temos uma expressão: “Piá criado em carpete”. Se você se enquadra nessa categoria de criança que sempre foi acostumado a viver em grandes centros, onde encontrar um local com espaço suficiente para a prática do seu hobby é tão frustrante quanto encontrar aquela peça que quebrou, mas não existe mais, o tipo de modelo para você pode ser um escala mini ou micro. Os escala mini (1/18) adaptam-se bem a espaços menores, como quadras desportivas cimentadas em condomínios, hall de entrada e garagem de edifícios. Mas claro, nunca esqueça de verificar se é permitido o acesso e a prática do modelismo nesses locais. Mas se você é daqueles que não sai de casa, a escala micro (1/28) pode render momentos divertidos também. Essa escala é tão pequena que permite tranquilamente que você ande na sala de casa, criando obstáculos com móveis.

Já se você dispõe de espaço amplo, como ruas pouco movimentadas (cuidado com o trânsito, você ainda é um pedestre, e o seu modelo não tem chance contra rodas e pára-choques de carros, além de poder haver prejuízo ao condutor), ou mesmo áreas amplas desertas, como pistas de motocross, estacionamentos de supermercados e shopping centers, um quintal generosamente grande, sítio, chácara ou fazenda, a gama de opções aumenta muito. Nesse caso, a escala 1/10, ou mesmo a 1/8 podem ser excelentes para você. Mais uma vez, verifique se há permissão dos proprietários de estabelecimentos comerciais ou privados para que você ingresse no terreno deles.

Ainda, se você só dispõe de locais pavimentados com asfalto, cimentados, e com pouca irregularidade no piso, opte pelos modelos on-road. Mas se o local tem relevo com terra, acidentado, ou com muita irregularidade no piso (como uma pista de skate, por exemplo), vá para os off-road. O primeiro tipo prima velocidade e estabilidade, e o segundo por saltos e “desbravamento” de acidentes do terreno. E isso resume o terceiro passo: ONDE VOU ANDAR COM O MEU MODELO.

Off-road ou On-road?

Off-road ou On-road?

Outro ponto que pode determinar entre comprar um modelo e ser feliz, ou comprar um modelo e se frustrar pelo resto da vida (olha o drama… hehehe) é se a marca do seu modelo oferece suporte pós-venda: garantia, peças de reposição, facilidade de upgrades… e é claro: os hop-ups, ou upgrades, como queiram chamar os melhoramentos disponíveis da própria ou de outras marcas. Um modelo Short Course, por exemplo, pode compartilhar peças com modelos iguais de várias marcas, como é o caso dos genéricos (HSP, Himoto, Exceed, RedCat, etc), mas não vai ser compatível com outras (peças da Traxxas Slash dificilmente poderão ser usadas num HPI Blitz, ou num LoSi Tuff Country). Mas algumas marcas têm tantas peças de reposição para venda, tanto no Brasil quanto no exterior, que podem ser um bom negócio. Ou seja, aí está o quarto passo: COMO É A DISPONIBILIDADE DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO DO MODELO.

Será que está tudo ao seu alcance?

Será que está tudo ao seu alcance?

Por último, mas não menos importante, veja o que você gosta de fazer. Se gosta de andar em qualquer lugar e dar saltos sobre rampas e obstáculos, um Monster Truck é a melhor opção. Se tem à disposição uma pista de terra onde já existem pessoas que praticam o hobby, vá de Buggy ou Short Course. Se você quer ver o seu modelo passando por cima de qualquer coisa, sem esquentar com velocidades “supersônicas”, dê uma olhada nos Rock Crawlers. Se você acha muito fod@ aquele grupo de jipeiros da sua cidade, procure por modelos Scale ou Trail. Se você quase chora assistindo Stock Car (tanto a americana quanto a brasileira), um on-road Grip é o seu objeto de desejo. Mas se você já assistiu 2347562934692874 vezes o Veloses e Furiosos: Desafio em Tóquio, e nunca se cansa de ver os Nissan 370Z, Nissan Silvia, Mitsubishi Lancer Evo 9 e até um Mustang Fastback 1967 andando de lado e fazendo fumaça com os pneus, procure por modelos on-road Drift. Indo direto ao ponto: ESCOLHA A MODALIDADE QUE MAIS LHE ATRAI.

Buggy

Buggy

Modelo on-road

Modelo on-road

Monster Truck

Monster Truck

Modelo Off-road

Modelo Off-road/Trail (ou Scale)

Carro de Rally

Carro de Rally

Truggy

Truggy

Rock Crawler

Rock Crawler

E é isso. Claro, existem outras coisas que você pode considerar (tipo de motor, tipo de bateria, se é à prova d’água (waterproof)… mas o básico está aí em cima. Leia com cuidado, e escolha sabiamente para não se arrepender e pôr dinheiro em algo que não vai lhe proporcionar prazer. E acompanhe sempre o High Voltage RC!

3d image, conceptual battery, charging, low, fullSalve, amigos modelistas!

Nesse post vamos entrar num assunto “xocante”… Ok, o trocadilho foi péssimo, mas o assunto é importante e conhecer esta matéria é essencial para os modelistas dedicados a RC’s elétricos: as baterias.

Como o próprio nome já diz, os automodelos elétricos são alimentados por baterias de diferentes composições e especificações. Os 3 tipos mais comuns de bateria utilizadas no modelismo elétrico são a NiCd (Níquel-Cádmio), a NiMH (Níquel-hidreto metálico) e LiPO (Polímero de Lítio). As baterias NiCd têm a concepção mais antiga das três, enquanto a mais atual é a de LiPO. Vamos tratar sobre cada uma delas individualmente.

Minério de níquel

Minério de níquel

As baterias NiCd, ou Niquel-Cádmio substituiu as baterias chamadas de “acumuladoras de chumbo”, o primeiro tipo de bateria recarregável da história. Formada pelos dois compostos (níquel no pólo positivo e cádmio no polo negativo), estas baterias Estão quase desaparecendo do mercado; Ainda  que melhores do que as acumuladoras de chumbo, as baterias NiCd têm alguns inconvenientes que fazem dela um modelo extremamente ultrapassado:

– Efeito memória: os resíduos de carga da pilha induzem os carregadores a considerar que uma parte descarregada d abateria já está carregada, fazendo com que a capacidade total de carga da bateria seja menor a cada recarga;

– Menor capacidade: Com o mesmo peso e dimensões, uma bateria NiCd não armazena tanta energia quanto uma NiMH ou uma LiPO;

– Alto índice de toxicidade: O cádmio é um material extremamente tóxico, e baterias descartadas de forma imprópria podem contaminar o meio ambiente.

Bateria de Níquel-cádmio

Bateria de Níquel-cádmio

Cádmio, altamente tóxico

Cádmio, altamente tóxico

Já as baterias de NiMH, ou Níquel-hidreto metálico solucionam parcialmente esses inconvenientes. O cádmio do pólo negativo das NiCd é substituído por um outro componente, o hidreto metálico. Além de ser benigno ao meio ambiente, o hidreto metálico tem uma densidade energética maior do que o cádmio, resolvendo dois dos problemas das baterias NiCd. Entretanto, o reinado das baterias NiMH não foi eterno, e uma substituta foi apresentada nos últimos tempos.

Bateria de níquel-hidreto metálico

Bateria de níquel-hidreto metálico

As baterias de Polímero de Lítio (ou LiPO) são o atual estágio da evolução de acumuladores de energia recarregáveis. A denominação correta dessas baterias é Li-ion, ou “polímero de ions de lítio”, apesar de algumas pessoas considerarem esse como outro tipo de bateria. As LiPOs são mais leves, menores, têm maior capacidade de carga do que qualquer dos outros tipos de baterias citadas, e não são afetadas pelo efeito memória. Além disso, podem ser montadas de forma a gerar uma voltagem maior, com pouca variação de peso em relação às mais antigas. Cada célula de uma LiPO tem 3,7 Volts de corrente. Uma bateria com duas células (2S) tem, no total, 7,4 Volts, uma de 3 células (3S), 11,1 Volts, e assim por diante. Outra diferença é o formato das células: enquanto as NiCd e as NiMH têm células cilíndricas, uma LiPO tem células achatadas. Infelizmente, nem tudo são flores com relação às LiPOs. Se manuseadas, carregadas ou armazenadas de forma imprópria, podem aquecer, inchar e até mesmo explodir. Há vários vídeos no YouTube mostrando explosões de LiPOs, e inclusive lojas que vendem, além das baterias, sacos especiais de material não inflamável para armazenamento e carga das baterias.

Bateria LiPO

Bateria LiPO

Minério de Lítio

Minério de Lítio

Além dessas características, as LiPOs têm outras classificações: Amperagem (capacidade total de carga, medida em miliampéres, ou mAh), taxa de descarga (quantidade de carga liberada por hora, medida em “C”, sendo 1C = capacidade de carga total da bateria, em miliampéres) e “casing” (material que envolve as células). A capacidade varia muito, sendo as mais difundidas entre 2.000 mAh e 6.000 mAh. A taxa de descarga nas baterias mais simples é, normalmente, de 20C (20x a capacidade máxima, em mAh, por hora), mas em baterias usadas para competição pode chegar a 60C, 80C ou até mais. O casing pode ser tradicional (softcase, apenas um plástico fino e maleável segurando as células juntas) ou reforçado (hardcase, uma peça de plástico mais firme e mais espesso, que previne – até certo ponto – o inchaço e ameniza impactos). Estes fatores influenciam diretamente no valor a ser pago pela bateria, o que ainda é um ponto negativo por se tratar de uma tecnologia recente no mercado.

Uma LiPO se rebela contra o seu dono...

Uma LiPO se rebela contra o seu dono…

Agora tudo o que você tem a fazer é escolher o tipo de bateria que melhor atende às suas necessidades. Obviamente, a questão do custo deve ser levada em conta, eis que as NiCd são consideravelmente mais baratas do que as NiMH, que são ligeiramente mais baratas do que as LiPO.

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

É isso que se pode fazer com uma bateria LiPO!

Ainda há um importante ponto a se comentar sobre as LiPOs: o cuidado. As baterias vendidas comercialmente para a prática de algum hobby devem ser mantidas em locais com temperatura amena, dependendo do intervalo de uso precisam de uma carga específica, não devem ser perfuradas ou submetidas a impactos fortes ou pressão, não devem exceder a carga máxima suportada e principalmente, não devem ser descarregadas abaixo de 3 Volts por célula.

"Pilhas de pilhas"...

“Pilhas de pilhas”…

E é isso, pessoal. Espero ter sanado as dúvidas de alguém, pois acompanhando forums vejo muitas pessoas pedindo informações sobre o funcionamento das baterias, se elas servem prá tal e tal modelo… E tentei resumir o máximo de informações possível sobre esse assunto. E esperem mais matérias informativas, aqui no High Voltage RC!

Redcat Racing

Redcat Racing

Salve, amigos modelistas!

Como prometido em cada post, não deixei de lembrar do blog, especialmente nos últimos tempos. Entretanto, o tempo é curto para pesquisar, escrever, e até testar novos produtos. Mas como eu não deixei de praticar o automodelismo, também não deixei de me atualizar e, desta forma, apresento agora um novo produto: o Redcat Racing Rockslide RS10 TX 1/10 Rock Crawler!

Este é apenas o segundo post de review próprio que faço, mas já assisti tantos pela internet que acho que estou ficando cada vez mais minucioso na avaliação. Então, vamos ao auto!

Redcat Racing Rockslide RS10 XT 1/10 Rock Crawler

Redcat Racing Rockslide RS10 XT 1/10 Rock Crawler

O Rockslide RS10 XT é um modelo com alguns anos no mercado. Passou por pequenas atualizações, sendo a mais significativa a alteração do sistema de rádio, do bom e velho AM 27MHz (nem tão bom, mas muito velho) para o 2.4GHz. Basicamente, estamos olhando para um clássico modelo Rock Crawler, que possui a configuração MOA (Motor On Axle, ou “motor no eixo”), além de um diferencial interessante, e muito usado em modelos de competição: duplo esterço, ou seja, as rodas de trás também esterçam. Some a isso um rádio de 3 canais, com 4 modos de esterço diferentes, e você tem uma gama de opções que não deixa nada a desejar para um Crawler de respeito.

Visão do modelo completo

Visão do modelo completo

Visão do modelo sem a bolha

Visão do modelo sem a bolha

Bom, vamos analisar cada aspecto do modelo. A primeira impressão que se tem simplesmente olhando para o modelo é que ele não tem outro objetivo senão escalar pedras. A bolha pequena, os eixos rígidos, os dois motores escovados, os dois servos… infelizmente nem tudo é o que parece ser.

Bolha em policarbonato, pintada de fábrica

Bolha em policarbonato, pintada de fábrica

Sobre os motores, temos dois RC390, com eixos de 3,2 mm. Apenas o suficiente. O tamanho também não ajuda, pois torna difícil adaptar motores maiores e mais fortes. Já no quesito servos, infelizmente quem compra este modelo tem que guardar mais uns trocados para trocar imediatamente estes componentes. Os servos originais (Futaba S3003, com míseros 4Kg de torque) é obviamente insuficiente, dado o tamanho dos pneus e o estilo de pilotagem. No meu modelo, troquei apenas o da frente por um TowerPro MG996r, com 11Kg de torque… e que diferença!

Servo Futaba S3003

Servo Futaba S3003

Motor RC390

Motor RC390

Já que eu mencionei o tamanho dos pneus, vamos falar desses componentes. Material razoavelmente macio, e com um desempenho à altura: apenas razoável. Felizmente, há um upgrade que pode ser feito rapidamente, e sem custo: eliminar a espuma do interior. Ela é responsável por manter o formato dos pneus, mas impede a deformação quando se encontra algum obstáculo. Feito isso, escalar fica muito mais fácil. E ainda, se você é daqueles que se preocupa com a resistência e o peso das rodas, pode deixar essas preocupações de lado: dois beadlocks de uma liga de zinco em cada roda garantem duas coisas: que o CG do modelo vai ficar bem localizado, e que é fácil trocar os pneus (bem mais fácil do que tentar tirar a cola que vem em modelos sem beadlocks).

Rodas e pneus, com Beadlocks

Rodas e pneus, com Beadlocks

Ainda no que diz respeito ao CG, temos uma disposição de componentes perfeita para a modalidade. Fora os motores e servos localizados nos eixos, a bateria fica bem embaixo no chassi, protegida por uma placa horizontal de alumínio, que possibilita que o chassi raspe em pedras sem risco para a bateria. Esta, uma NiMH de 1800mAh no modelo original, pode ser substituída por uma grande variedade de LiPOs 2S, devido ao bom espaço reservado para ela. Só é necessário lembrar que o ESC original não tem preparação para LiPOs, o que pede um buzzer ou um cutoff para essa alteração.

Detalhe do suporte da bateria

Detalhe do suporte da bateria

Na parte de cima do chassi, que é formado por duas placas de alumínio verticais paralelas, temos o local onde ficam o ESC, o receptor e a chave liga/desliga. Mesmo com a bolha colocada, esta última é facilmente acessada, bem como a bateria, presa no lugar por dois straps com velcro.

O uso de links ajustáveis na suspensão, bem como amortecedores com molas que variam entre o macio e o médio e a configuração de eixos rígidos, dão um excelente ângulo de elevação individual de cada roda (quase 90º). Não fosse a bolha, poderia ter todo esse esterço em campo, mas não se nota, no uso, necessidade para tanto. Alterações para elevar ou baixar o chassi são possíveis, mas se perde muito do ângulo de elevação individual, além do que dificulta o crawling. Se você vai usar o modelo como um trail, essa alteração pode até funcionar, mas já aviso: o entre eixos vai ser alterado também, o que vai dificultar a adaptação da bolha a ser usada.

Angulação dos eixos

Angulação dos eixos

Enfim, o conceito da Redcat Racing para este modelo é o mesmo para todos os da marca: FAF (Fast, Affordable, Fun). Quanto ao primeiro, este modelo não tem nem como atender; a velocidade máxima é imensuravelmente baixa, como todo crawler. Mas definitivamente, o modelo tem um preço muito acessível: no site oficial, ele é comercializado por apenas US$219,99, e os upgrades necessários para que ele fique muito melhor não são assim tão caros (um par de servos, um buzzer e uma bateria LiPO 2S de, pelo menos, 2.200mAh). E na parte da diversão, uma vez que ele é um modelo básico e barato, esta é garantida. O modelo é valente, e o esterço das rodas traseiras é literalmente uma “mão na roda”, permitindo transpor obstáculos desafiadores.

Sistemas de esterço, comandados pelo rádio

Sistemas de esterço, comandados pelo rádio

Pois bem, esse modelo foi testado tanto em suas configurações básicas quanto com algumas pequenas modificações, e particularmente recomendado para modelistas iniciantes na modalidade, ou com poucos recursos para investir no modelismo.

Não deixem de acompanhar o blog, e recomendar aos amigos menos experientes, e podem contar sempre com novidades, aqui no HVRC!