Arquivo de setembro, 2013

Salve, amigos modelistas! Voltando com tudo, agora com um pequeno tutorial de como configurar o seu ESC

Como já dito anteriormente no blog, o ESC (Electrocin Speed Control) é um componente eletrônico que controla todo o modelo, desde a aceleração ao acionamento do servo. E cada ESC tem um menu diferente, ou quase todos, mas as informações básicas são compartilhadas por 90% dos ESCs disponíveis no mercado.

ESC HobbyKing X-Car 120A

ESC HobbyKing X-Car 120A

Bom, primeiro o básico: O que faz cada função?

No manual do ESC (no caso, um HobbyKing da linha X-Car, um dos mais comuns e acessíveis do mercado hoje), temos as seguintes opções de configuração:

Tabela de itens programáveis no ESC

Tabela de itens programáveis no ESC

[b]1. Runing Mode[/b]: É o modo como o modelo vai se comportar com relação a acelerar, frear e dar ré. No caso, há 3 opções de configuração, que são FWR+Brake, FWR/REV+Brake e FWR/REV. A primeira é acelerar e frear (sem ré); A segunda é acelerar, frear e dar ré. Nesse caso, o freio é acionado no primeiro toque dado no gatilho, e para acionar a ré, é necessário colocar o gatilho no neutro e dar um segundo toque; A terceira opção é simplesmente acelerar e dar ré. Deve-se tomar cuidado nesta opção, pois a maioria dos modelos RTR têm engrenagens de plástico, que podem se danificar devido ao tranco da mudança de sentido repentina.

[b]2. Drag Brake Force[/b]: É o comportamento do modelo quando ele está em movimento, e soltamos o gatilho do acelerador. Em 0%, ele vai manter o momento e desacelerar devido à resistência do ar, atrito, etc, sem nenhuma interferência do motor. Já quando aumentamos a força (que varia de 5% a 100%), temos o freio-motor, que vai ser acionado de acordo com as especificações. Prós: em uma pista, o carro vai diminuir a velocidade sem a necessidade de frear antes de uma curva mais aberta; Contras: na minha opinião, nenhum, a não ser que você esteja querendo que o modelo continue na mesma velocidade mesmo soltando o acelerador. Segundo o manual, esta opção é indicada para rock climbing, mas como nunca fiz, não sei o porque…

[b]3. Low Voltage Cut-off Threshold[/b]: Esse a maioria conhece: é a voltagem do cut-off. Lembrando que o valor mostrado na tabela é para cada célula, e não para a bateria inteira. O padrão é 3V/célula, mas o ideal é, pelo menos, 3,2V/célula. Para baterias NiMH, pode ser desativado.

[b]4. Start Mode (Punch)[/b]: É a arrancada. No Lvl 1, é bem suave, no Lvl 9 é 100% do motor instantaneamente. Recomendo colocar no máximo o padrão (lvl 7) para quem não tem coroa e pinhão de aço, pois a violência do acionamento pode transformar essas peças em discos.

[b]5. Max Brake Force[/b]: Aqui começam as opções ditas “avançadas”. Nesta opção, você configura a força máxima do freio, que vai de 25% (diminuição gradativa da velocidade) até 100% (travamento das rodas). Nas 3 primeiras opções, é como se o modelo tivesse ABS, o que pode ser bom em onroad.

[b]6. Max Reverse Force[/b]: Força máxima da ré. Vai de 25% a 100%. Cuidado com a coroa e o pinhão nesse caso também, especialmente se você usa, na primeira opção, a configuração de ré direta.

[b]7. Initial Brake Force[/b]: Força inicial do freio. Vai de 0% a 40%.

[b]8. Neutral Range[/b]: “Zona neutra”, ou ponto morto. É o quanto se têm que apertar o gatilho até que o motor comece a funcionar. Igual ao que acontece em joystiks analógicos de computador.

[b]9. Timing[/b]: É aqui que a gente começa a falar de desempenho de fato. O Timing determina a “potência” do motor, mas cuidado: valores muito altos podem diminuir o tempo de carga da bateria, superaquecer o motor ou mesmo queimar o ESC em casos isolados.

[b]10. Over-heat Protection[/b]: Proteção de superaquecimento. Sempre deixe ligada, pois desativa o ESC em caso de superaquecimento. Simples assim.

Outro ponto importante é o sistema usado para interagir com o ESC. Os três métodos disponíveis hoje em dia são os seguintes:

[b]Cartão de programação[/b]: É um cartão com uma entrada semelhante à do receptor, onde deve ser conectado o cabo que sai do ESC para o mesmo. Normalmente tem uma pequena tela LED ou LCD, na qual aparecem as informações sobre a opção selecionada, e um conjunto de botões para interagir com o ESC. É o meio mais usado para configurar um ESC, pode vir junto ou ser vendido separadamente.

Cartão de programação com LEDs

Cartão de programação com LEDs

 

Outro modelo com LED

Outro modelo com LED

 

Cartão de programação com LCD

Cartão de programação com LCD

[b]Interface PC/ESC[/b]: Disponível em alguns modelos, consiste em um cabo adaptador USB ligado diretamente ao PC. Através de um programa específico, pode-se alterar as opções do ESC, e até mesmo atualizar o Firmware do ESC, quando o fabricante disponibiliza.

Adaptador USB

Adaptador USB

[b]Interface direta[/b]: A interface direta é o sistema mais comum de se interagir com o ESC, sendo usado um botão no próprio ESC e uma série de bipes e piscadas de LED para identificar e selecionar cada opção. Na minha opinião, é o sistema mais chato e complicado de se usar, pois é fácil se perder entre piscadas e bipe-bipes.

No detalhe, o botão vermelho é o botão usado para configurar o ESC diretamente

No detalhe, o botão vermelho é o botão usado para configurar o ESC diretamente

 

Bom… é isso. Agora você pode configurar o seu ESC e tirar o máximo proveito do seu modelo.

Não deixe de acompanhar as próximas publicações, vou tentar postar mais tutoriais básicos para configuração e preparação de modelos para que você tire o melhor desempenho dos seus modelos. Até a próxima!

Automodelismo S/A

Pois é, pessoal… visitando o forum RC Elétrico, descobri um novo canal do YouTube sobre automodelismo, o Automodelismo S/A, do amigo WanderleiLeite. Ele apresenta vídeos explicativos sobre automodelismo em geral, com dicas sobre manutenção de componentes, sendo uma ótima opção para quem está iniciando no hobby. Inscrevam-se e acompanhem!

Salve, modelistas!

Depois de algum tempo sem postar nada novo, estou de volta com um review comentado de mais um modelo icônico: o Traxxas Slash 4×4! Uma legião de fãs pode atestar o que vemos nesse vídeo de duas partes do nosso amigo Jang, do UltimateRC. Na verdade, esse vídeo não é exatamente um review, mas as primeiras impressões do Jang sobre o Slash. O review, propriamente dito, aparece em outros dois vídeos, cada um com uma perspectiva diferente. O primeiro considera o ponto de vista dos corredores de competição, e o segundo analisa o ponto de vista dos bashers, e dá as considerações finais sobre o modelo. Mas vamos ao review.

Traxxas Slash 4WD na caixa

Traxxas Slash 4WD na caixa

Nestes vídeos, o nosso anfitrião sai um pouco do padrão, deixando de apresentar cada componente do modelo. Ele simplesmente refere que é mais fácil entrar no site oficial da Traxxas e conferir lá mesmo tudo o que se esconde por baixo desta bolha de Short Course Truck. A partir disso, ele começa a analisar o ponto de vista do usuário, e o que se pode fazer com o modelo.

Por cima, o modelo é bonito. Uma excelente apresentação. E na época em que foi lançado, a Traxxas não estava fazendo muitos modelos 4×4, e este foi muito bem recebido por isso. Os pneus são licenciados pela BF Goodrich, e têm beadlocks… só que não! Os anéis externos que seriam os beadlocks são apenas para efeito visual, os pneus são, de fato, colados.

Um belo exemplar de Short Course Truck

Um belo exemplar de Short Course Truck

Como já foi dito, a avaliação inicial do nosso anfitrião se baseia em 5 outros vídeos, 3 de bashing e 2 em pista, mostrando o potencial do modelo em cada ambiente. Mas de cara ele já diz que o Slash não foi tão bem. Principalmente por causa das molas progressivas da suspensão, que são usadas mais pelo visual do que por outra coisa. O próprio Jang já mencionou em outros vídeos que ele não gosta dessas molas progressivas, particularmente não posso dar a minha opinião, pois não tenho uma: nunca usei molas progressivas. Mas pelo que ele descreve nos vídeos, eu também não vou gostar. No caso do Slash, essas molas fazem com que o modelo incline para trás nas arrancadas e para frente nas frenagens. E isso ocorre porque as partes mais soltas das molas são muito macias. Entretanto, quando as voltas mais firmes da mola entram em ação, o carro fica firme demais, e acaba pulando muito. Ou seja, visualmente até fica bonito ver o carro “sentando a traseira”, mas quando aparece um obstáculo, mesmo pequeno, ele quica e perde contato com o chão. Claro, as molas podem ser trocadas (e de fato, DEVEM ser trocadas) para uma melhor performance. Mas os testes feitos até o momento da gravação do vídeo foram feitos na forma stock do modelo.

Sobre a tração integral, para o Jang ela funciona muito bem, e o chassi é bem balanceado. E isso ajuda no quesito aderência, pois os pneus, apesar de serem muito bonitos e realistas, têm um composto muito duro e não dá tanta aderência quanto parece. Na pista, ele se saiu bem melhor, mesmo com os pneus sendo ruins. A tração 4WD ajuda muito, e mesmo que você não entre muito bem nas curvas, a tração integral ajuda você a corrigir facilmente qualquer saída de traseira.

O chassi e o layout dos componentes

O chassi e o layout dos componentes

Na opinião do Jang, o carro não fez jus, na época, a todo o estardalhaço em torno dele. Custar quase o dobro da versão 2WD realmente não ajuda nisso. Entretanto, para a época, vir com um sistema de rádio de 2.4GHz foi um dos motivos que fez com que as pessoas pensassem em comprar o modelo 4×4. Além disso, a parte elétrica é toda à prova d’agua, e o motor brushless não requer qualquer manutenção. Na época em que foi lançado, todos esses quesitos eram uma grande vantagem e justificava o valor muito elevado.

Uma das maiores vantagens do Slash: tudo à prova d'água

Uma das maiores vantagens do Slash: tudo à prova d’água

Na verdade não há mais muito o que se falar do modelo. Ele é bem conhecido dos modelistas em geral, e com os tune ups certos, é um excelente veículo. E com isso, finalizamos este review comentado, trazido até vocês pelo UltimateRCnetwork e pelo High Voltage RC Blog. Até o próximo post!