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Salve, amigos modelistas!

Vamos falar hoje de coisas pequenas, locais apertados, mecânica simples mas funcional… Mas de diversão gigante! O papo hoje é sobre escalas menores, de 1:16 para baixo.

Como vocês já sabem, meu primeiro modelo foi um Himoto Mastadom, um Monster Truck escala 1:18. É hoje em dia, ainda tenho boas lembranças daquele pequeno valente! Perfeitos para iniciantes, modelos em escala menor de 1:16 são normalmente mais baratos, de manutenção mais fácil, mas muito divertidos.

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Himoto Mastadon 1:18 Brushed, meu primeiro modelo

Relembrando o quesito escala: a maioria dos modelos RC que conhecemos não tem um equivalente em escala 1:1. Salvo os modelos Scale Trail customizados e os Short Course Trucks, é praticamente impossível encontrarmos uma E-Revo com um motorista dentro, ou um Axial Wraith saindo de uma linha de montagem (apenas lembrando que existem sim carros feitos artesanalmente que lembram os modelos citados, e outros, mas não são comuns de se ver na rua). E ainda, quanto menor a escala, mais difícil fazer um RC igual a um modelo 1:1.

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HPI Savage XS Flux, com bolha da Ford Raptos. 2/3 do tamanho da já conhecida Savage Flux.

As escalas consideradas mini iniciam em 1:16, mas vão até 1:36 (pelo que sei, talvez até existam menores). Os 1:16 não são tão numerosos, mas são mais conhecidos, como os Slash, Mini E-Revo e Summit da Traxxas, o Mini Rally, o HellSeeker e o Bad Bug, da Turnigy, entre outros. Na escala 1:18, a Traxxas entra forte com a linha LaTrax (subsidiária que distribui modelos em menor escala), com o Rally, o Teton e o SST. Outras empresas vendem modelos genéricos, como a linha 1:18 da HSP/Himoto, com modelos que compartilham a mesma plataforma (entre eles, o Mastadon). Até a Team Associated tem seus modelos mini (o SC18, o RC1882, o Rival Mini Monster Truck e o APEX Mini Touring). A Losi tem o Mini-Desert Truck, a RC4WD tem o Gelande II 1:18, e até a HPI tem um modelo “mini”, apesar de não divulgar a escala (apenas informando que a Savage XS Flux tem 2/3 do tamanho da Savage normal).

Modelos ainda menores fazem a alegria de quem curte uma modalidade distinta do modelismo: modelos mini on-road, popularmente conhecidos como “MiniZ”. Fabricados pela Kyosho na escala 1:28, esses modelos possuem inclusive campeonatos oficiais especialmente nos países da Ásia, como Tailândia e Malásia. E sim, existe Campeonato Mundial de MiniZ! A final do campeonato de 2016 será realizada em Lyon, na França. Certamente é a modalidade mini mais famosa e difundida.

A Team Losi, grande fabricante de RC’s, também impressiona no tamanho, e nos dois sentidos. O seu modelo 5ive-T já é bem famoso entre os praticantes de modelismo, na mostruosa escala 1:5. Mas eles também fabricam os modelos Micro Rock Crawler, Micro SCTE, Micro Rally e Micro Truggy (todos escala 1:24). E não para por aí, eles ainda têm o Micro HIGHroller, na impressionante escala 1:36!

Achou a escala do Micro HIGHroller impressionante? Pois saiba que o menor RC do mundo é um Mercedes-Benz Smart, construído pelo japonês (ah, vá!) Michihiro Ino, em 2002. Alguém tenta adivinhar a escala? Impressionantes 1:90! Sim, menor que a unha do seu dedão! E com autonomia para 15 minutos de brincadeira! hehehe

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Menor RC do mundo, registrado no Guinnes Book. Escala 1:90!

E estamos caminhando tecnologicamente para modelos ainda menores, é apenas questão de tempo para vermos modelos que desafiam nossa imaginação, e que sejam dignos de filmes de ficção científica. Mas isso é assunto para outro post. Fico por aqui, nesse post relativamente curto, mas que espero ter contribuído em algo. Abraço, e até a próxima!

020Salve amigos modelistas!

Ou melhor, eu devia dirigir a saudação aos amigos que não são modelistas ainda, mas que querem ser e estão em dúvida sobre qual modelo comprar. Acompanhando o forum do RC Elétrico desde o fim de 2012, pude notar que esta é a dúvida que mais aparece por lá. E para centralizar o conhecimento adquirido lendo todos os posts com o título “Sou iniciante, qual eu compro?”, resolvi criar este pequeno artigo. Pois vamos lá.

Primeiramente, é quase que unânime a opinião dos já “iniciados” no modelismo, no que diz respeito a pontuar que O AUTOMODELISMO É UM HOBBY CARO! Esqueça os carrinhos de controle remoto que você encontra em qualquer loja de brinquedos por valores entre R$ 50,00 e R$ 150,00. Se você quer modelos que vão lhe proporcionar peças de reposição, muito mais tempo de uso por carga de bateria (os brinquedos andam, no máximo, 10 min, contra pelo menos 20 nos automodelos com baterias NiMH) e desempenho mais realista, prepare o bolso e os ouvidos: você vai gastar muito, e ainda ouvir bastante dos pais/namoradas/esposas. Um automodelo básico, genérico, em escala pequena (1/18), pronto prá andar, custa (novo) na base de R$ 500,00. E estamos falando de modelos com motores escovados, baterias NiMH, “combinhos” (ESC, servo e receptor no mesmo componente)… Portanto, o primeiro passo é se conscientizar e determinar: QUANTO QUERO GASTAR NO MEU PRIMEIRO MODELO.

Quer um desses? Esteja pronto prá desembolsar aprox. US$10.000,00

Quer um desses? Esteja pronto prá desembolsar aprox. US$10.000,00

Em segundo lugar, é imperativo determinar se você vai andar sozinho ou com amigos. Andar sozinho não é tão agradável quanto andar com companhia. Mas sim, é possível, e sim, é divertido. Nesse caso, qualquer modelo que você compre pode render momentos muito agradáveis e relaxantes. Mas se você vai andar com outras pessoas, leve em conta que eles vão usar model0s específicos. Então, pesquise quais modelos eles estão usando, pergunte opiniões, se informe sobre preços, disponibilidade de peças, upgrades possíveis, etc. Dessa forma, determinamos o segundo passo, que é: VOU ANDAR SOZINHO OU ACOMPANHADO.

Andar sozinho pode ser divertido...

Andar sozinho pode ser divertido…

... mas andar em grupo pode ser MUITO MAIS!

… mas andar em grupo pode ser MUITO MAIS!

Agora é a hora de analisar cuidadosamente onde você vai botar o seu dinheiro, no sentido de verificar a disponibilidade de locais propícios para andar com o seu modelo. Aqui no sul, temos uma expressão: “Piá criado em carpete”. Se você se enquadra nessa categoria de criança que sempre foi acostumado a viver em grandes centros, onde encontrar um local com espaço suficiente para a prática do seu hobby é tão frustrante quanto encontrar aquela peça que quebrou, mas não existe mais, o tipo de modelo para você pode ser um escala mini ou micro. Os escala mini (1/18) adaptam-se bem a espaços menores, como quadras desportivas cimentadas em condomínios, hall de entrada e garagem de edifícios. Mas claro, nunca esqueça de verificar se é permitido o acesso e a prática do modelismo nesses locais. Mas se você é daqueles que não sai de casa, a escala micro (1/28) pode render momentos divertidos também. Essa escala é tão pequena que permite tranquilamente que você ande na sala de casa, criando obstáculos com móveis.

Já se você dispõe de espaço amplo, como ruas pouco movimentadas (cuidado com o trânsito, você ainda é um pedestre, e o seu modelo não tem chance contra rodas e pára-choques de carros, além de poder haver prejuízo ao condutor), ou mesmo áreas amplas desertas, como pistas de motocross, estacionamentos de supermercados e shopping centers, um quintal generosamente grande, sítio, chácara ou fazenda, a gama de opções aumenta muito. Nesse caso, a escala 1/10, ou mesmo a 1/8 podem ser excelentes para você. Mais uma vez, verifique se há permissão dos proprietários de estabelecimentos comerciais ou privados para que você ingresse no terreno deles.

Ainda, se você só dispõe de locais pavimentados com asfalto, cimentados, e com pouca irregularidade no piso, opte pelos modelos on-road. Mas se o local tem relevo com terra, acidentado, ou com muita irregularidade no piso (como uma pista de skate, por exemplo), vá para os off-road. O primeiro tipo prima velocidade e estabilidade, e o segundo por saltos e “desbravamento” de acidentes do terreno. E isso resume o terceiro passo: ONDE VOU ANDAR COM O MEU MODELO.

Off-road ou On-road?

Off-road ou On-road?

Outro ponto que pode determinar entre comprar um modelo e ser feliz, ou comprar um modelo e se frustrar pelo resto da vida (olha o drama… hehehe) é se a marca do seu modelo oferece suporte pós-venda: garantia, peças de reposição, facilidade de upgrades… e é claro: os hop-ups, ou upgrades, como queiram chamar os melhoramentos disponíveis da própria ou de outras marcas. Um modelo Short Course, por exemplo, pode compartilhar peças com modelos iguais de várias marcas, como é o caso dos genéricos (HSP, Himoto, Exceed, RedCat, etc), mas não vai ser compatível com outras (peças da Traxxas Slash dificilmente poderão ser usadas num HPI Blitz, ou num LoSi Tuff Country). Mas algumas marcas têm tantas peças de reposição para venda, tanto no Brasil quanto no exterior, que podem ser um bom negócio. Ou seja, aí está o quarto passo: COMO É A DISPONIBILIDADE DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO DO MODELO.

Será que está tudo ao seu alcance?

Será que está tudo ao seu alcance?

Por último, mas não menos importante, veja o que você gosta de fazer. Se gosta de andar em qualquer lugar e dar saltos sobre rampas e obstáculos, um Monster Truck é a melhor opção. Se tem à disposição uma pista de terra onde já existem pessoas que praticam o hobby, vá de Buggy ou Short Course. Se você quer ver o seu modelo passando por cima de qualquer coisa, sem esquentar com velocidades “supersônicas”, dê uma olhada nos Rock Crawlers. Se você acha muito fod@ aquele grupo de jipeiros da sua cidade, procure por modelos Scale ou Trail. Se você quase chora assistindo Stock Car (tanto a americana quanto a brasileira), um on-road Grip é o seu objeto de desejo. Mas se você já assistiu 2347562934692874 vezes o Veloses e Furiosos: Desafio em Tóquio, e nunca se cansa de ver os Nissan 370Z, Nissan Silvia, Mitsubishi Lancer Evo 9 e até um Mustang Fastback 1967 andando de lado e fazendo fumaça com os pneus, procure por modelos on-road Drift. Indo direto ao ponto: ESCOLHA A MODALIDADE QUE MAIS LHE ATRAI.

Buggy

Buggy

Modelo on-road

Modelo on-road

Monster Truck

Monster Truck

Modelo Off-road

Modelo Off-road/Trail (ou Scale)

Carro de Rally

Carro de Rally

Truggy

Truggy

Rock Crawler

Rock Crawler

E é isso. Claro, existem outras coisas que você pode considerar (tipo de motor, tipo de bateria, se é à prova d’água (waterproof)… mas o básico está aí em cima. Leia com cuidado, e escolha sabiamente para não se arrepender e pôr dinheiro em algo que não vai lhe proporcionar prazer. E acompanhe sempre o High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas! Após um tempo sem postar nada, trago novidades a vocês!

A partir desse post, vou começar a colocar avaliações de marcas de RCs para vocês. Essas avaliações vão levar em conta principalmente pesquisas que fiz ao longo do tempo, a impressão que os donos de modelos dessas marcas passam aos outros modelistas, e em alguns casos, a minha opinião, desde que eu já tenha experimentado algum modelo da marca em questão.

Turnigy

Logotipo da marca

A bola da vez no primeiro post desse tipo é a Turnigy, uma empresa que faz modelos de entrada, com alguns anos de mercado e um representante muito forte: a loja digital Hobby King. a HK é a principal fornecedora de kits, peças, acessórios e modelos RTR em geral, e tem na Turnigy o seu principal nicho de mercado. As compras feitas pela internet facilitam a vida de alguns compradores, desde que se tenha um cartão de crédito internacional, ou que se possa usar o PayPal.

HobbyKing, distribuidor oficial exclusivo da marca

HobbyKing, distribuidor oficial exclusivo da marca

A Turnigy é uma marca bem difundida no mercado de RCs, trabalhando com uma gama interessante de produtos. Ela oferece desde modelos RTR até peças de reposição, passando por kits, upgrades, baterias e ferramentas. O preço é o principal atrativo da marca, chegando a custar, em certos casos, a metade do preço de marcas maiores, como Traxxas, Team LoSi, Ofna e outras. Claro, a qualidade não é a mesma, ou os outros fabricantes teriam preços tão baratos quanto ela, ou ela seria tão cara quanto as outras.

A Turnigy tem o seu carro chefe nos modelos Kit e RTR, estando presente no mercado de On-Road (grip e drift) e Off-Road (Short Course, Buggy, Truggy e Monster). Alguns modelos disponíveis na HK são os Short Course Trucks SCT (2WD e 4WD) e Trooper, nas escalas 1/10 e 1/16, os Mini Rallys 1/16 e os On-Road DT10 1/10 (grip).

SCT 2WD

SCT 2WD

SCT 4WD

SCT 4WD

Trooper

Trooper

Mini Rally Extreme 1/16 Brushless

Mini Rally Extreme 1/16 Brushless

DT10 Belt Driven Touring Car Kit

DT10 Belt Driven Touring Car Kit

Na linha de peças, são famosos os combos TrackStar e os motores brushless, com uma ótima aceitação do público.

Combo Trackstar

Combo Trackstar

Motor Brushless

Motor Brushless

Agora um quesito muito importante: durabilidade. É aqui que a maior fraqueza da marca aparece, pelo menos nos modelos sem upgrades. É quase uma unanimidade entre os modelistas o fato de que, se você comprar um modelo esta marca, você tem que comprar junto os upgrades. Braços de suspensão extras, suportes dos braços da suspensão em alumínio, upper decks em fibra, coroas e pinhões sobressalente… tudo isso é quase que essencial na compra do seu novo brinquedo. Ainda mais se estamos falando em off-road, pois os tombos são inevitáveis… A não ser que você seja um piloto profissional, mas aí você vai optar por marcas competitivas nas provas que for disputar, e se tem uma coisa que os modelos da Turnigy não têm fama, é competitividade em provas de campeonato.

Upgrades e peças de reposição são essenciais nos modelos da marca

Upgrades e peças de reposição são essenciais nos modelos da marca

Resumindo, a marca Turnigy pode ser definida como ótima, se o seu objetivo é comprar um modelo de entrada, com custo baixo e, com os upgrades certos, confiável. Mas uma coisa é certa: Não espere demais dos modelos, pois eles não são modelos de qualidade comparável a outras marcas. Particularmente, estou plenamente satisfeito com o que o meu SCT 2WD 1/10 e o meu recém-adquirido Mini Rally Extreme 1/16 estão me propiciando.

E é isso. Aguardem mais reviews de marcas, e novos posts de tempos em tempos, aqui no High Voltage RC!

 

Salve, amigos modelistas!

Mais uma vez venho apresentar um review feito pelo nosso amigo Jang, dessa vez de um modelo que divide opiniões: Traxxas Telluride 1/10. Como o nosso anfitrião mudou o sistema dos vídeos dele, apresentando os reviews em vários vídeos separados, vou usar como base apenas o “Final Thoughts”, ou seja, as conclusões a que ele chegou com o tempo que gastou no modelo.

Primeiramente, é necessário entender o que é o modelo, e a que ele se propõe. O Traxxas Telluride é um offroad escala 1/10 lançado recentemente, com uma idéia até certo ponto inovadora: uma estrutura offroad, voltada a terrenos extremos. Lembra os modelos trail, mas com suspensão independente. Digo inovadora não pela idéia em sí, mas porque nenhum outro fabricante ousou lançar um trail com esse tipo de suspensão. Afinal, não é novidade para os modelistas mais experientes que a suspensão com eixo rígido é infinitamente superior à independente para essa modalidade.

E o Jang começa o seu vídeo de impressões finais apresentando o conceito do modelo. Ou melhor, ele começa dizendo o que o modelo NÃO é… no caso, um rock crawler. Ele (o modelo) não é anunciado dessa forma, não se comporta dessa forma e, finalmente, não deve ser usado dessa forma. Ele deve ser usado em terrenos acidentados, como um pátio de máquinas de uma construção, ou locais onde modelos de carros de passeio poderiam passar, mas não seriam nada bem-vindos.

Dando seguimento, Jang analisa como o modelo se sai fazendo o que ele deveria fazer. Para o nosso anfitrião, o modelo é (parafraseando um personagem de TV) mais ou menos… em primeiro lugar por conta dos pneus. O composto é um pouco rígido demais, beneficiando a durabilidade em detrimento do grip. Não chegam a ser um fracasso total, mas poderiam ser muito melhores.

Outro motivo que deixa o carro com uma avaliação apenas regular, é o fato de ter diferenciais abertos. A Traxxas pecou ao manter o diff plenamente funcional, mesmo usando um óleo 100.000, uma viscosidade média. Segundo Jang, o ideal seria, pelo menos 200.000 ou 300.000, fazendo com  que o carro segurasse bem nos terrenos acidentados, mas mesmo assim ainda possa ser usado no asfalto, por exemplo.

O terceiro e principal motivo é o motor. O Titan 12T é usado nos modelos 2WD da Traxxas, e esta é a primeira vez que é usado num modelo 4WD, mais pesado e transferindo muito mais potência ao chão. O motor é escovado, e em situações normais (temperatura ambiente amena, sem forçar muito em baixas velocidades e no tipo de terreno proposto) ele anda quente. Numa tentativa de fazer crawling, Jang chegou a queimar o motor do modelo que ele testou, comprovando de uma vez por todas que o modelo  NÃO DEVE SER USADO PARA CRAWLING! hehehe…

Bom, esta avaliação do Jang foi levando em conta a experiência do cara em automodelismo, especialmente elétrico. São problemas que podem ser resolvidos facilmente no caso dos pneus e dos diffs, e não tão facilmente no caso do motor. Até mesmo, ele diz que se você usar o modelo como ele deve ser usado, o motor vai sim aguentar um bom tempo. Mas o ideal seria substituir o motor por um brushless com sensor, o que permitiria, inclusive, algumas voltas de crawling leve, apesar da suspensão. Mas isso nos leva a outro ponto, a questão do valor. Na época do vídeo, o modelo custava US$ 300,00 sem os descontos característicos das lojas online dos EUA. É o modelo mais em conta da Traxxas, até pela simplicidade. E isto o torna um modelo excelente em um quesito muito específico, que explicarei abaixo.

O Jang diz no vídeo que ele é, por dentro, um crianção crescido, por ser ainda bem jovem. E ele ainda lembra bem dos sentimentos que ele tinha na infância. E é por isso que ele diz, com toda propriedade, que o Telluride é um excelente modelo de entrada no hobby, tanto para adultos iniciantes quanto para crianças. O valor é competitivo com modelos toy-grade, e oferece muito mais do que um brinquedo.

E assim, ele encerra dizendo que o modelo é sim uma boa escolha nas situações acima, mas não é indicado a modelistas experientes. Uma nota pessoal, o modelo é muito agradável visualmente, e por ser um Traxxas tem várias opções de configuração e peças de reposição, além de contarmos com a qualidade de uma empresa consolidada no mercado mundial de modelismo.

É isso, amigos. Abaixo seguem os vídeos que o Jang fez do Telluride para vocês tirarem as próprias conclusões. Compartilhem o link do post no Facebook, e não deixem de seguir o novíssimo Twitter do blog no @HVRCblog. Até a próxima!

Salve, amigos modelistas! Esse post é especial para mim, pois esse modelo foi o primeiro que comprei, e isso me traz ótimas recordações.

Para muitos que estão iniciando no hobby, já dei a dica em outro post: comece com um modelo com três características: RTR (pronto prá andar), pequena escala (1/18, 1/16…) e durável. Pelo menos eu comecei assim, e fiquei feliz por muito tempo. E é assim que se apresenta o Himoto / Irontrack Mastadon.

Himoto Mastadon 1/18 Monster Truck

Himoto Mastadon 1/18 Monster Truck

O Mastadon é um de 4 modelos diferentes com o chassi basicamente igual. Temos o Monster Truck, o Truggy, o Buggy e o Short Course Truck. Esse modelo testado é o Monster Truck, possui chassi com eixo cardã, comprimento total de 9,5 polegadas (quase 25 cm), e duas formas de apresentação: motor escovado com combo 3 em 1 (servo, receptor e ESC integrados), e motor não-escovado e receptor, servo e ESC independentes. A minha versão é a primeira, mas a testada no vídeo é a segunda. A diferença, na verdade, fica no preço, pois o desempenho é basicamente o mesmo, em se tratando de escala 1/18. Ah, e claro, se der problema no servo, no receptor ou no ESC da versão sem escova, você tem que comprar o combo completo.

A tração é integral (4WD), os amortecedores são do modelo Big Boar, em plástico, mas preenchidos com óleo e tampas em alumínio. Não há ajuste de geometria na suspensão, mas em um modelo desse tamanho, não faz falta. Na versão testada, é usando um microservo, um receptor de tamanho padrão e um ESC de 18 ampéres, específico para motores sem sensor. Falando no motor, na versão testada, é um 4400Kv, de 20 x 40 mm, e na versão escovada, o padrão é o RC370.

Combo Brushed (RC370 e 3 in 1, ESC+RX+Servo)

Combo Brushed (RC370 e 3 in 1, ESC+RX+Servo)

Motor brushless 4400KV

Motor brushless 4400KV

A versão não-escovada vem com uma bateria LiPo 2S, 25C e 1500 mAh, e a escovada com uma NiMH de 800 mAh. Essa versão, com essa bateria totalmente carregada, lhe permite de 15 a 20 minutos de duração. Ambos os modelos têm incluído o carregador, sendo o da NiMH um carregador lento (4h).

O controle é básico, 2.4GHz, com ajuste de trims e reverso para os dois canais. A versão não-escovada tem ainda dual rate para ambos os canais. A ergonomia é excelente, mesmo sendo um modelo simples. Para quem nunca usou um controle do tipo pistola, é praticamente instintivo. Com meia carga da NiMH, eu já estava habituado aos comandos, mesmo sem nunca ter usado um controle desses.

Ajustes do controle

Ajustes do controle

O controle: ergonômico e confortável na mão

O controle: ergonômico e confortável na mão

A relação peso-potência desse monstrinho é absurda. Na versão brless, a máxima é de 32 Milhas/hora (51 Km/h). Também nessa versão brless, a temperatura do motor, segundo o nosso anfitrião Jang, ficou razoável após 20 minutos de uso constante. Nos motores bred, a coisa é diferente. Recomendo um upgrade essencial, na forma de um dissipador com cooler para o RC370. Eu mesmo já queimei o dedo encostando sem querer naquela latinha…

Em terreno tipicamente off-road, o Mastadon anda muito bem. Em uma pista feita em casa (na verdade, apenas o traçado, com muita, mas MUITA poeira), eu me diverti bastante com ele. A resposta é rápida, ele vira bastante (até demais, dependendo do seu estilo), e em locais com muita tração, ele pode até capotar, mas enquanto o tubo da antena estiver intacto, ele volta às 4 rodas após um flip. O problema é que esses tubos de antena são bastante frágeis, entortam e quebram facilmente. Uma gambiarra pode ajudar: canudinhos de pirulito. É tão ou mais resistente que o tubo original, e você só tem que achar o diâmetro certo para encaixar no ponto de fixação do chassi. Ou andar sem tubo, decisão que eu recomendo para antes de começar a andar, assim você não precisa furar a bolha. Mas de volta ao review.

Cara de mau, apesar do tamanho.

Cara de mau, apesar do tamanho.

A substituição das rodas e dos pneus por outros modelos é difícil. Além do tamanho exclusivo, o Mastadon não usa adaptadores hexagonais ou pinos, fazendo com que você fique restrito às opções disponíveis de fábrica, ou recorra a adaptações extremas. A tração é boa, mas poderia ser melhor, o composto do pneu é um pouco firme demais, a espuma idem.

Em saltos, o carro se comporta bem, exceto por ser um pouco esnobe: a dianteira tende a levantar um pouco, o que pode ser facilmente corrigido, se você tiver bons reflexos. Normalmente, o carro quica uma vez só ao aterrizar, e é bastante estável. O ajuste de suspensão é muito bom, com o óleo exato para os amortecedores, as molas exatas, tudo nos conformes. Na minha opinião, a única coisa que poderia ser um pouco melhor é a altura do chão. Por ser um modelo off-road, ele é muito baixo e firme, e poderia ser um pouco mais alto e macio. Tal ajuste prejudicaria um pouco a estabilidade em curvas, mas deixaria o modelo mais “macho” em terrenos mais acidentados.

Iniciando um salto: ótimo ajuste de suspensão

Iniciando um salto: ótimo ajuste de suspensão

No teste de durabilidade, o Jang maltrata o pequenino. E como maltrata. Para dizer a verdade, não foi o tamanho, a aparência ou o desempenho que me levou a escolher o Mastadon, e sim a sua durabilidade. Antes de comprar, eu assisti exaustivamente o vídeo, analisando os prós e contras, e o que definiu a minha escolha foi o teste final. No modelo do Jang, nada se quebrou. Já no meu, a única coisa com a qual eu tive que me preocupar foi com os amortecedores dianteiros. Em uma pancada direta no ponto de fixação inferior do amortecedor, à toda velocidade, ele quebrou. Mas já comprei novos, e estão funcionando perfeitamente. O próprio Jang enfatiza que o modelo não é inquebrável, mas que mesmo tentando, ele não conseguiu. Por isso, acho perfeito para iniciantes, que uma vez ou outra vão achar um muro, uma árvore ou uma pedra grande pelo caminho.

Por conta deste review, e principalmente pela minha própria experiência, posso recomendar esse modelo. Divertido, barato, simples mas eficaz, e principalmente durável.

E é isso por hoje. Ainda essa semana, mais posts aqui no High Voltage RC!

Salve, amigos modelistas! E bem vindos ao primeiro post deste blog!

Nesse post, vou apresentar um pequeno artigo que escrevi para o site NovaTopNet, onde tenho uma coluna sobre modelismo. O artigo tem a intenção de apresentar o modelismo a pessoas que não conheçam nada (ou conheçam muito pouco) sobre o assunto, e visa atrair o interesse a esse hobby tão querido pelos seus praticantes. Confira!

Qualquer menino entre 3 e 15 anos, já ficou maravilhado, boquiaberto ou até mesmo catatônico ao ver carros, barcos, aviões ou trens em escala. Qualquer criança teve algo parecido com um carro de brinquedo, até mesmo meninas, com carrinhos da Barbie, ou seja lá que boneca seja a preferida delas. Mas já há algum tempo os modelos vêm se aprimorando, com níveis absurdos de detalhamento, que vão da pintura aos instrumentos do painel.
Mas o que atrai meninos e adultos de uns anos para cá é um novo nicho, que eleva o que era antes considerado brinquedo ou excentricidade a um nível muito mais avançado, mas ao mesmo tempo mais popular. O modelismo, em suas várias sub-divisões, têm conquistado mais e mais adeptos, e fomentado uma indústria que faz girar cada vez mais dinheiro. Veículos de todos os tipos são miniaturizados e condensados em escalas que variam de 1:72 a 1:8. Mas primeiro, o que quer dizer essa tal escala?
No colégio, na aula de geografia, a maioria das pessoas aprende a ler mapas. Mapas de países, de cidades, de Estados… e o mapa têm uma escala, que muitos não sabem o que quer dizer. Pois bem, simplificando, a escala é o que faz você perceber o quão pequeno algo é, quando comparado ao tamanho real. Por exemplo, uma escala de 1:18 (lê-se “um para dezoito”) quer dizer que, para cada 1 unidade de medida no modelo, equivalem 18 unidades da mesma medida no objeto real. Simplificando ainda mais, em um carro construído em escala 1:18, a cada 1cm do modelo equivalem 18 centímetros do original. Mas basta de explicações sobre a matemática da coisa, vamos às explicações sobre a história da coisa.
O modelismo como temos hoje nasceu praticamente junto com o humano moderno. Segundo pesquisas, é impossível determinar quando apareceu, mas é possível extrapolar e imaginar o homem no início dos tempos, projetando edificações, testando a flutuabilidade de embarcações, planejando cercos à cidades inimigas, elaborando armas, etc. O modelismo sempre teve um caráter experimental, sendo que até hoje arquitetos e engenheiros utilizam-se de maquetes para mostrar tanto a capacidade estrutural de um edifício quanto as formas pretendidas.
Quando pensamos em modelismo, temos diversas subdivisões. As duas principais são o que eu chamo modelismo de exibição e o modelismo de controle. No modelismo de exibição, também conhecido por plastimodelismo, engloba desde os pequenos e famosos Hotweels até os complicadíssimos kits Revell, e o objeto reproduzido em escala fica estático, e apresenta um nível muito avançado de detalhes. Você pode, por exemplo, ter em casa uma miniatura de um avião da 2ª Guerra Mundial, ou de um carro de Fórmula 1, ou mesmo de um navio transatlântico. Existem modelos em miniatura de praticamente todos os meios de transporte já inventados pelo homem, sendo os mais procurados os modelos de veículos militares da 2ª Guerra. Há também os dioramas, que são maquetes representando uma situação, ou uma cena. Existem, por exemplo, dioramas de tropas alemãs prontas para emboscar soldados aliados, carros antigos em um ferro-velho, entre outras, mas os mais conhecidos são os que acompanham os saudosos ferroramas: montanhas, vegetação, estruturas de caixas d’água, os próprios trilhos, tudo reproduzido à perfeição.
O ferrorama em si nos remete ao outro sub-grupo do modelismo, o modelismo de controle. Apesar de não ser exatamente controlado, o ferrorama, brinquedo popular da década de 80, é um misto de diorama com ferromodelismo. O trem, ao contrário do ambiente estático no qual se localizavam os trilhos, move-se em um círculo fechado formado pela via férrea. O dito “controle” limita-se apenas a colocar o trem em movimento ou pará-lo.
Dentro do modelismo de controle, há ainda sub-divisões: o já mencionado ferromodelismo, o automodelismo de fenda (autorama), o automodelismo RC (rádio-controlado), o aeromodelismo (aviões, balões, foguetes), o helimodelismo (helicópteros) e o nautimodelismo (barcos, lanchas e submarinos). Em quase todos os casos, os componentes são basicamente os mesmos: um corpo, carcaça, chassi ou fuselagem, que é a parte estrutural, conjunto direcional, conjunto motriz e conjunto receptor / transmissor. Vamos a cada um deles:
– O corpo, a fuselagem, a carcaça ou o chassi são a parte estrutural, como já mencionado. Eles dão o formato ao modelo, e determinam a estrutura dos outros componentes. Nos automodelos, são o conjunto de chassi e bolha, nos aeromodelos são a fuselagem e as asas, nos nautimodelos são os cascos, etc;
– O conjunto direcional é o que direciona os modelos, fazendo-os mover-se em diferentes direções. A princípio são compostos por um ou mais servos-motores e uma peça específica da estrutura. No caso de automodelos, as rodas, nos nautimodelos, o leme, nos aeromodelos, são o leme, o profundor e os ailerons. Nos helimodelos, há algumas diferenças, uma vez que quase todos os movimentos de mudança de direção são executados pelas hélices. Para subir, mais velocidade no rotor ou maior inclinação das pás, para descer o inverso, para girar no eixo vertical, pode haver um rotor de cauda, ou um segundo eixo de hélices principais, usando o próprio momento das hélices para virar a fuselagem;
– O conjunto motriz é o que faz com que o modelo desloque-se de um ponto a outro. Normalmente é um motor elétrico ou à combustão, mas alguns aeromodelos são lançados (planadores) e alguns nautimodelos seguem a receita dos descobridores, e navegam ao sabor dos ventos (nautimodelos à vela);
– O conjunto receptor / transmissor é o bom e velho controle remoto. A grande maioria dos modelos são controlados por rádios-transmissores, normalmente com mais de dois canais. Antigamente, o padrão de freqüência era 27 MHz de freqüência modulada, de curto alcance (no máximo 100 metros), grande chance de interferência de outros controles com a mesma freqüência e com uma antena gigantesca. Modelos mais modernos contam com o sistema de freqüência de 2,4 GHz (tecnologia Spektrum), sem interferência de outros modelos e alcance superior a 400 metros. Nos modelos, fica o receptor, que pode ter 2 ou mais canais, sendo que cada canal controla uma função. Por exemplo, um aeromodelo básico tem 3 canais, sendo um para o motor, um para o profundor e um para o aileron (inclinação das asas). Já um modelo avançado pode ter esses três, mais um canal para o leme, um para recolher ou estender o trem de pouso, um para ligar ou desligar as luzes de navegação, um para ligar ou desligar efeitos de fumaça, entre outros. Os transmissores mais completos podem chegar a 8 canais.
Em termos de público-alvo, o modelismo alcança desde crianças de 6 anos a adultos de 60. Especialmente se levarmos em conta a questão financeira: embora tenhamos certos modelos com preços bem acessíveis, um modelo profissional pode chegar à cifras equivalentes a um carro popular. Não é difícil encontrar modelos que ultrapassam os R$ 20.000,00, especialmente quando construídos peça por peça. Modelos RTR (Ready-To-Run, ou prontos para correr) normalmente são mais baratos, mas ainda assim são um investimento para quem é muito apaixonado pelo hobby ou para quem tem o dinheiro sobrando. E é fato que a maioria dos modelistas não se enquadra no segundo grupo. Existem muitos modelistas que, para economizar, constroem o que podem em casa, e só compram o que não podem construir ou reaproveitar.
Este artigo é apenas uma introdução ao modelismo, futuramente tentarei apresentar artigos específicos sobre cada tipo de modelismo, e, se possível, com entrevistas de modelistas amadores e profissionais.