Salve, amigos modelistas! Esse post é especial para mim, pois esse modelo foi o primeiro que comprei, e isso me traz ótimas recordações.
Para muitos que estão iniciando no hobby, já dei a dica em outro post: comece com um modelo com três características: RTR (pronto prá andar), pequena escala (1/18, 1/16…) e durável. Pelo menos eu comecei assim, e fiquei feliz por muito tempo. E é assim que se apresenta o Himoto / Irontrack Mastadon.
O Mastadon é um de 4 modelos diferentes com o chassi basicamente igual. Temos o Monster Truck, o Truggy, o Buggy e o Short Course Truck. Esse modelo testado é o Monster Truck, possui chassi com eixo cardã, comprimento total de 9,5 polegadas (quase 25 cm), e duas formas de apresentação: motor escovado com combo 3 em 1 (servo, receptor e ESC integrados), e motor não-escovado e receptor, servo e ESC independentes. A minha versão é a primeira, mas a testada no vídeo é a segunda. A diferença, na verdade, fica no preço, pois o desempenho é basicamente o mesmo, em se tratando de escala 1/18. Ah, e claro, se der problema no servo, no receptor ou no ESC da versão sem escova, você tem que comprar o combo completo.
A tração é integral (4WD), os amortecedores são do modelo Big Boar, em plástico, mas preenchidos com óleo e tampas em alumínio. Não há ajuste de geometria na suspensão, mas em um modelo desse tamanho, não faz falta. Na versão testada, é usando um microservo, um receptor de tamanho padrão e um ESC de 18 ampéres, específico para motores sem sensor. Falando no motor, na versão testada, é um 4400Kv, de 20 x 40 mm, e na versão escovada, o padrão é o RC370.
A versão não-escovada vem com uma bateria LiPo 2S, 25C e 1500 mAh, e a escovada com uma NiMH de 800 mAh. Essa versão, com essa bateria totalmente carregada, lhe permite de 15 a 20 minutos de duração. Ambos os modelos têm incluído o carregador, sendo o da NiMH um carregador lento (4h).
O controle é básico, 2.4GHz, com ajuste de trims e reverso para os dois canais. A versão não-escovada tem ainda dual rate para ambos os canais. A ergonomia é excelente, mesmo sendo um modelo simples. Para quem nunca usou um controle do tipo pistola, é praticamente instintivo. Com meia carga da NiMH, eu já estava habituado aos comandos, mesmo sem nunca ter usado um controle desses.
A relação peso-potência desse monstrinho é absurda. Na versão brless, a máxima é de 32 Milhas/hora (51 Km/h). Também nessa versão brless, a temperatura do motor, segundo o nosso anfitrião Jang, ficou razoável após 20 minutos de uso constante. Nos motores bred, a coisa é diferente. Recomendo um upgrade essencial, na forma de um dissipador com cooler para o RC370. Eu mesmo já queimei o dedo encostando sem querer naquela latinha…
Em terreno tipicamente off-road, o Mastadon anda muito bem. Em uma pista feita em casa (na verdade, apenas o traçado, com muita, mas MUITA poeira), eu me diverti bastante com ele. A resposta é rápida, ele vira bastante (até demais, dependendo do seu estilo), e em locais com muita tração, ele pode até capotar, mas enquanto o tubo da antena estiver intacto, ele volta às 4 rodas após um flip. O problema é que esses tubos de antena são bastante frágeis, entortam e quebram facilmente. Uma gambiarra pode ajudar: canudinhos de pirulito. É tão ou mais resistente que o tubo original, e você só tem que achar o diâmetro certo para encaixar no ponto de fixação do chassi. Ou andar sem tubo, decisão que eu recomendo para antes de começar a andar, assim você não precisa furar a bolha. Mas de volta ao review.
A substituição das rodas e dos pneus por outros modelos é difícil. Além do tamanho exclusivo, o Mastadon não usa adaptadores hexagonais ou pinos, fazendo com que você fique restrito às opções disponíveis de fábrica, ou recorra a adaptações extremas. A tração é boa, mas poderia ser melhor, o composto do pneu é um pouco firme demais, a espuma idem.
Em saltos, o carro se comporta bem, exceto por ser um pouco esnobe: a dianteira tende a levantar um pouco, o que pode ser facilmente corrigido, se você tiver bons reflexos. Normalmente, o carro quica uma vez só ao aterrizar, e é bastante estável. O ajuste de suspensão é muito bom, com o óleo exato para os amortecedores, as molas exatas, tudo nos conformes. Na minha opinião, a única coisa que poderia ser um pouco melhor é a altura do chão. Por ser um modelo off-road, ele é muito baixo e firme, e poderia ser um pouco mais alto e macio. Tal ajuste prejudicaria um pouco a estabilidade em curvas, mas deixaria o modelo mais “macho” em terrenos mais acidentados.
No teste de durabilidade, o Jang maltrata o pequenino. E como maltrata. Para dizer a verdade, não foi o tamanho, a aparência ou o desempenho que me levou a escolher o Mastadon, e sim a sua durabilidade. Antes de comprar, eu assisti exaustivamente o vídeo, analisando os prós e contras, e o que definiu a minha escolha foi o teste final. No modelo do Jang, nada se quebrou. Já no meu, a única coisa com a qual eu tive que me preocupar foi com os amortecedores dianteiros. Em uma pancada direta no ponto de fixação inferior do amortecedor, à toda velocidade, ele quebrou. Mas já comprei novos, e estão funcionando perfeitamente. O próprio Jang enfatiza que o modelo não é inquebrável, mas que mesmo tentando, ele não conseguiu. Por isso, acho perfeito para iniciantes, que uma vez ou outra vão achar um muro, uma árvore ou uma pedra grande pelo caminho.
Por conta deste review, e principalmente pela minha própria experiência, posso recomendar esse modelo. Divertido, barato, simples mas eficaz, e principalmente durável.
E é isso por hoje. Ainda essa semana, mais posts aqui no High Voltage RC!